O milagre que elevou o beato Pier Giorgio aos altares.

Em um decreto publicado no dia 25 de novembro de 2024, o papa Francisco reconheceu a cura milagrosa de um seminarista da arquidiocese de Los Angeles, ordenado padre em junho de 2023.

Dom Robert Sarno, ex-integrante do dicastério para as Causas dos Santos da Santa Sé que serviu como delegado arquiepiscopal no processo diocesano em Los Angeles que examinou a cura, disse à CNA, agência em inglês da EWTN, que o seminarista teve uma lesão no tendão de Aquiles jogando basquete com outros seminaristas. Uma ressonância magnética mostrou danos significativos ao tendão de Aquiles e seu médico recomendou que ele consultasse um cirurgião ortopédico.

“Muito preocupado com essa situação, ele começou uma novena a Pier Giorgio Frassati em 1º de novembro”, disse Sarno.

No meio da novena, “ele estava na capela chorando durante sua novena e sentiu um calor tremendo no tornozelo”.

“E então, quando ele foi ao cirurgião ortopédico na semana seguinte, o cirurgião ortopédico, depois de ver a ressonância magnética e fazer exames físicos, disse a ele: ‘Você deve ter alguém no céu que gosta de você’”.

O seminarista voltou imediatamente a praticar o esporte que amava sem nenhuma dificuldade. A cura foi verificada por um inquérito diocesano e pelo exame do conselho médico do Dicastério para as Causas dos Santos, teólogos, cardeais e bispos.

Sarno disse que é apropriado que um jovem jogador de basquete tenha recebido a cura, já que Frassati era conhecido por seu amor ao esporte e às atividades ao ar livre.

SANTA MISSA PARA A PASSAGEM DA CRUZ DA JMJ

HOMILIA DO PAPA FRANCISCO

Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo
Basílica de São Pedro, Altar da Cátedra
Domingo, 22 de novembro de 2020


A página que acabamos de ouvir é a última do evangelho de Mateus antes da Paixão: antes de nos dar o seu amor na cruz, Jesus transmite-nos as últimas vontades. Diz-nos que o bem que fizermos a um dos seus irmãos mais pequeninos – esfomeados, sedentos, forasteiros, necessitados, doentes, reclusos – será feito a Ele (cf. Mt 25, 37-40). Deste modo o Senhor entrega-nos a lista das prendas que deseja para as núpcias eternas connosco no Céu. São as obras de misericórdia que tornam eterna a nossa vida. Cada um de nós pode interrogar-se: Coloco-as em prática? Faço alguma coisa por quem tem necessidade, ou pratico o bem somente para as pessoas queridas e os amigos? Ajudo alguém que não me pode restituir? Sou amigo duma pessoa pobre? E podíamos continuar com tantas outras perguntas, postas a nós mesmos. «Eu estou ali – diz-te Jesus – espero por ti ali, onde não imaginas e para onde talvez nem quererias olhar: ali… nos pobres». Eu estou ali, onde não vê qualquer interesse o pensamento dominante, segundo o qual a vida vai bem, se for bem para mim. Eu estou ali: diz Jesus também a ti, jovem que procuras realizar os sonhos da vida.

Eu estou ali: disse Jesus, séculos atrás, a um jovem soldado. Era um jovem de dezoito anos, ainda não batizado. Um dia viu um pobre que pedia ajuda às pessoas, sem a obter, porque «todos passavam adiante». E aquele jovem, «vendo que os outros não se sentiam movidos à compaixão, compreendeu que aquele pobre estava reservado para ele». Mas não tinha nada consigo, apenas o seu uniforme de serviço. Então cortou o seu manto e deu metade ao pobre, suportando o riso escarninho de alguns ao redor. Na noite seguinte, teve um sonho: viu Jesus, vestido com a parte do manto com que envolvera o pobre. E ouviu-O dizer: «Martinho cobriu-me com este manto» (cf. Sulpício Severo, Vita Martini, III). São Martinho era um jovem que teve aquele sonho porque o vivera, embora sem o saber, como os justos do Evangelho de hoje.

Queridos jovens, queridos irmãos e irmãs, não renunciemos aos grandes sonhos. Não nos contentemos em fazer apenas o que é devido. O Senhor não quer que restrinjamos os horizontes, não nos quer estacionados nas margens da vida, mas correndo para metas altas, com júbilo e ousadia. Não fomos feitos para sonhar os feriados ou o fim de semana, mas para realizar os sonhos de Deus neste mundo. Ele tornou-nos capazes de sonhar, para abraçar a beleza da vida. E as obras de misericórdia são as obras mais belas da vida. As obras de misericórdia centram-se diretamente nos nossos sonhos grandes. Se tens sonhos de verdadeira glória – não da glória passageira do mundo, mas da glória de Deus –, esta é a estrada. Lê a passagem do evangelho de hoje, reflete nela. Porque as obras de misericórdia dão mais glória a Deus do que qualquer outra coisa. Ouvi isto com atenção: as obras de misericórdia dão mais glória a Deus do que qualquer outra coisa. No fim, é sobre as obras de misericórdia que seremos julgados.

Mas, donde se começa para realizar grandes sonhos? Das opções grandes. Hoje, o Evangelho também nos fala disto. Com efeito, no momento do juízo final, o Senhor baseia-Se nas nossas escolhas. Quase parece que não julga: separa as ovelhas dos cabritos, mas ser bom ou mau depende de nós. Ele limita-Se a tirar as consequências das nossas escolhas, trá-las à luz e respeita-as. Assim a vida é o tempo das escolhas vigorosas, decisivas e eternas. Escolhas banais levam a uma vida banal; escolhas grandes tornam grande a vida. De facto, tornamo-nos naquilo que escolhemos, tanto no bem como no mal. Se escolhemos roubar, tornamo-nos ladrões; se escolhemos pensar em nós mesmos, tornamo-nos egoístas; se escolhemos odiar, tornamo-nos rancorosos; se escolhemos passar horas no telemóvel, tornamo-nos dependentes. Mas, se escolhermos Deus, vamo-nos tornando dia a dia mais amáveis e, se optarmos por amar, tornamo-nos felizes. É assim, porque a beleza das opções depende do amor: não o esqueçais! Jesus sabe que, se vivermos fechados e na indiferença, ficamos paralisados; mas, se nos gastarmos pelos outros, tornamo-nos livres. O Senhor da vida quer-nos cheios de vida e dá-nos o segredo da vida: só a possuímos, se a dermos. Esta é uma regra de vida: a vida só a possuímos – agora e eternamente –, se a dermos.

É verdade que existem obstáculos que tornam difícil escolher: com frequência, são o medo, a insegurança, os porquês sem resposta… tantos porquês. Contudo o amor pede para os ultrapassar, não ficar agarrados aos porquês da vida, esperando que chegue do Céu uma resposta. A resposta chegou: é o olhar do Pai que nos ama e nos enviou o Filho. O amor impele a passar dos porquês ao para quem: do porque vivo, ao para quem vivo; do porquê me acontece isto, ao para quem posso fazer bem. Para quem? Não só para mim; a vida já está cheia de escolhas que fazemos para nós mesmos: ter um diploma, amigos, uma casa; satisfazer os nossos próprios interesses, os nossos passatempos. De facto, corremos o risco de passar anos a pensar em nós mesmos, sem começar a amar. Manzoni deu um bom conselho: «Devia-se pensar mais em fazer bem do que em estar bem; e acabaríamos assim por estar melhor» (I Promessi Sposi, cap. 38).

Mas não temos apenas as dúvidas e os porquês a insidiar as escolhas grandes, generosas; existem muitos outros obstáculos, todos os dias. Há a febre de consumir, que narcotiza o coração com coisas supérfluas. Há a obsessão pelo divertimento, que parece a única via para escapar dos problemas, quando, ao invés, é apenas um adiamento do problema. Há a fixação nos próprios direitos a reivindicar, esquecendo o dever de ajudar. E, depois, há a grande ilusão do amor, que parece algo a ser vivido ao som de emoções, quando amar é principalmente dom, escolha e sacrifício. Sobretudo hoje, escolher é não se fazer domesticar pela homogeneização, é não se deixar anestesiar pelos mecanismos do consumo, que desativam a originalidade, é saber renunciar às aparências e à exibição. Escolher a vida é lutar contra a mentalidade do usa-e-bota-fora e do tudo-e-imediatamente, para orientar a existência rumo à meta do Céu, rumo aos sonhos de Deus. Escolher a vida é viver, e nós nascemos para viver, não para vegetar. Disse-o um jovem como vós [o Beato Pier Giorgio Frassati]: «Eu quero viver, não vegetar».

Todos os dias se apresentam muitas opções no coração. Gostaria de vos dar um último conselho para vos treinardes a escolher bem. Se olharmos dentro de nós, veremos que muitas vezes surgem aí duas perguntas diferentes. A primeira: o que me apetece fazer? É uma pergunta que engana frequentemente, porque insinua que o importante é pensar em si mesmo e satisfazer todos os desejos e impulsos que me vêm. Mas a pergunta que o Espírito Santo sugere ao coração é outra: não aquilo que te apetece, mas aquilo que te faz bem. A opção diária situa-se aqui: escolher entre o que me apetece fazer e o que me faz bem. Desta busca interior, podem nascer escolhas banais ou escolhas vitais. Depende de nós. Olhemos para Jesus, peçamos-Lhe a coragem de escolher o que nos faz bem, de caminhar atrás d’Ele pela via do amor. E encontrar a alegria. Para viver, e não para vegetar.


Alocução do Santo Padre no termo da Eucaristia

No final desta celebração eucarística, saúdo cordialmente a todos vós aqui presentes e quantos nos acompanham através dos meios de comunicação social. Dirijo uma saudação particular a vós jovens, jovens panamenses e portugueses, aqui representados por duas delegações que, em breve, realizarão o gesto significativo da passagem da Cruz e do Ícone de Maria Salus Populi Romani, símbolos das Jornadas Mundiais da Juventude. É um passo importante na peregrinação que nos levará a Lisboa, em 2023.

E enquanto nos preparamos para a próxima edição intercontinental da JMJ, gostaria de relançar também a sua celebração nas Igrejas locais. Passados trinta e cinco anos da instituição da JMJ, depois de ter ouvido o parecer de várias pessoas e o Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, que é competente no que se refere à pastoral juvenil, decidi transferir, a partir do próximo ano, a celebração diocesana da JMJ do Domingo de Ramos para o Domingo de Cristo Rei. No centro, continua a estar o Mistério de Jesus Cristo Redentor do homem, como sempre destacou São João Paulo II, iniciador e patrono da JMJ.

Queridos jovens, gritai com a vossa vida que Cristo vive, que Cristo reina, que Cristo é o Senhor! Se vos calardes, garanto-vos que gritarão as pedras! (cf. Lc 19, 40).

PAPA FRANCISCO

AUDIÊNCIA GERAL

Praça São Pedro
Quarta-feira, 20 de novembro de 2024

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O texto a seguir inclui também as partes não lidas que são igualmente consideradas como pronunciadas:
  

Ciclo de Catequese. O Espírito e a Esposa. O Espírito Santo conduz o povo de Deus ao encontro de Jesus, nossa esperança. 14. Os dons da Esposa. Os carismas, dons do Espírito para o bem comum

Prezados irmãos e irmãs, bom dia!

Nas últimas três catequeses discorremos sobre a obra salvífica do Espírito Santo, que se atua nos sacramentos, na oração e seguindo o exemplo da Mãe de Deus. Mas ouçamos o que diz um famoso texto do Vaticano II: «O Espírito Santo não só santifica e conduz o Povo de Deus por meio dos sacramentos e ministérios, adornando-o com virtudes, mas [também] “distribuindo a cada um os seus dons como lhe apraz” (cf. 1 Cor 12, 11)» (Lumen gentium, 12). Também nós dispomos de dons pessoais que o mesmo Espírito concede a cada um de nós.

Por isso, chegou o momento de falar inclusive deste segundo modo de agir do Espírito Santo, que é a ação carismática. Uma palavra um pouco difícil, que explicarei. Dois elementos contribuem para definir em que consiste o carisma. Primeiro, o carisma é o dom oferecido “para o bem comum” (1 Cor 12, 7), a fim de ser útil a todos. Em síntese, não se destina principal e habitualmente à santificação da pessoa, mas ao serviço da comunidade (cf. 1 Pd 4, 10). Este é o primeiro aspeto. Segundo, o carisma é o dom concedido “a um”, ou “a alguns” em particular, não a todos do mesmo modo, e é isto que o distingue da graça salvífica, das virtudes teologais e dos sacramentos que, ao contrário, são iguais e comuns a todos. O carisma é concedido a uma pessoa ou a uma comunidade específica. Trata-se de um dom que Deus te oferece.

O Concílio explica-nos também isto. O Espírito Santo – diz – «distribui também graças especiais entre os fiéis de todas as classes, tornando-os aptos e dispostos a empreender diversas obras e encargos, proveitosos para a renovação e cada vez mais ampla edificação da Igreja, segundo aquelas palavras: A cada qual… se concede a manifestação do Espírito, em ordem ao bem comum» (1 Cor 12, 7).

Os carismas são as “joias”, ou ornamentos, que o Espírito Santo distribui para tornar bela a Esposa de Cristo. Assim, compreende-se porque o texto conciliar termina com a seguinte exortação: «E estes carismas, quer sejam os mais elevados, quer também os mais simples e comuns, devem ser recebidos com ação de graças e consolação, por serem muito acomodados e úteis às necessidades da Igreja» (Lumen gentium, 12).

Bento XVI afirmou: «Quem olha para a história da época pós-conciliar pode reconhecer a dinâmica da verdadeira renovação, que muitas vezes assumiu formas inesperadas em movimentos cheios de vida, tornando quase tangível a inesgotável vivacidade da santa Igreja». E este é o carisma concedido a um grupo, através de uma pessoa.

Devemos redescobrir os carismas, porque isto faz com que a promoção dos leigos e em particular das mulheres seja entendida não apenas como dado institucional e sociológico, mas na sua dimensão bíblica e espiritual. Os leigos não são os últimos, não, os leigos não são uma espécie de colaboradores externos, nem “tropas auxiliares” do clero, não! Têm carismas e dons próprios, com os quais contribuir para a missão da Igreja.

Acrescentemos outro aspeto: quando se fala de carismas, é preciso dissipar imediatamente um equívoco: o de os identificar com dons e capacidades espetaculares e extraordinários; ao contrário, são dons ordinários – cada um de nós tem o seu carisma – que adquirem valor extraordinário quando se inspiram no Espírito Santo e se encarnam nas situações da vida com amor. Esta interpretação do carisma é importante, porque muitos cristãos, ouvindo falar dos carismas, sentem tristeza ou desilusão, pois estão convencidos de não os possuir e sentem-se excluídos, ou cristãos de segunda classe. Não, não há cristãos de segunda classe, não, cada um tem o seu carisma pessoal e até comunitário. A eles já Santo Agostinho respondia, no seu tempo, com uma comparação deveras eloquente: «Se amares – dizia ao seu povo – o que possuis, não é pouco. Com efeito, se amares a unidade, tudo o que nela existe é possuído por alguém, e também tu o possuis! Somente o olho, no corpo, tem a faculdade de ver; mas é porventura só por si mesmo que o olho vê? Não, ele vê pela mão, pelo pé e por todos os membros» (Santo Agostinho, Tratados sobre João, 32.8).

Eis desvendado o segredo pelo qual a caridade é definida pelo Apóstolo como «o melhor caminho de todos» (1 Cor 12, 31): ela faz-me amar a Igreja, ou a comunidade em que vivo e, na unidade, todos os carismas, não só alguns, são “meus”, assim como os “meus” carismas, não obstante pareçam simples, são de todos e para o bem de todos. A caridade multiplica os carismas: faz com que o carisma de um, de uma única pessoa, seja o carisma de todos. Obrigado!

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Saudações:

Cordiais boas-vindas aos fiéis de língua portuguesa, de modo especial aos grupos de Fortaleza e de Garanhuns, no Brasil. Disponhamo-nos a colocar os carismas, que cada um de nós recebeu do Espírito, ao serviço de toda a comunidade. Assim viveremos a unidade na caridade. Deus vos abençoe!

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ANÚNCIO E APELO

Por ocasião do Dia Internacional dos direitos da infância e da adolescência, que se celebra hoje, gostaria de anunciar que o Encontro Mundial sobre os direitos das crianças, intitulado «Amemo-las e protejamo-las», terá lugar aqui no Vaticano a 3 de fevereiro, e contará com a participação de peritos e personalidades de vários países. Será a ocasião para identificar novas formas de socorrer e proteger milhões de crianças ainda sem direitos, que vivem em condições precárias, são exploradas e abusadas, e sofrem as consequências dramáticas das guerras.

Há um grupo de crianças que se prepara para este Dia, obrigado a todos vós que o fazeis. E aqui está uma menina corajosa que se aproxima… agora vêm todas! As crianças são assim, uma começa e depois vêm todas! Saudemos as crianças! Obrigado! Bom dia!

Quero dizer que no próximo ano, no Dia dos adolescentes, canonizarei o Beato Carlo Acutis, e na Jornada da Juventude, no próximo ano, canonizarei o Beato Pier Giorgio Frassati.

Ontem completaram-se mil dias desde a invasão da Ucrânia. Uma data trágica para as vítimas e para a destruição que causou, mas ao mesmo tempo uma tragédia vergonhosa para toda a humanidade! No entanto, isto não nos deve impedir de estar ao lado do martirizado povo ucraniano, nem de implorar a paz e de trabalhar para que as armas deem lugar ao diálogo e o conflito ao encontro.

Anteontem recebi uma carta de um jovem universitário da Ucrânia, que dizia: «Padre, quando na quarta-feira recordares o meu país e tiveres a oportunidade de falar ao mundo inteiro no milésimo dia desta terrível guerra, peço-te que não fales apenas dos nossos sofrimentos, mas que sejas também testemunha da nossa fé: embora seja imperfeita, o seu valor não diminui, pinta com pinceladas dolorosas o quadro de Cristo Ressuscitado. Nestes dias há demasiadas mortes na minha vida. É difícil viver numa cidade onde um míssil mata e fere dezenas de civis, ser testemunha de tantas lágrimas. Gostaria de fugir, gostaria de voltar a ser uma criança abraçada pela mãe, honestamente gostaria de estar em silêncio e no amor, mas dou graças a Deus porque, através desta dor, aprendo a amar mais. A dor não é só um caminho para a raiva e o desespero; se for baseada na fé, é uma boa mestra de amor. Padre, se a dor fere, significa que amas; por isso, quando falares da nossa dor, quando recordares os mil dias de sofrimento, lembra também os mil dias de amor, pois só o amor, a fé e a esperança dão verdadeiro sentido às feridas!». Assim escreveu este jovem universitário ucraniano.

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Resumo da catequese do Santo Padre:

Tratamos hoje de um modo de atuar do Espírito Santo na Igreja, que é a ação carismática. Dois elementos contribuem para definir “carisma”: é um dom concedido a alguns – não a todos – da comunidade; mas para a utilidade comum, para servir a toda a comunidade. Diferenciam-se, portanto, da graça santificante, das virtudes teologais e dos sacramentos que são idênticos e comuns a todos. São como “ornamentos” dados pelo Espírito à Esposa para torná-la ainda mais bela. A redescoberta dos carismas auxilia a compreender o papel dos leigos, e em particular da mulher, na Igreja, não com uma visão sociológica, mas na sua dimensão bíblica e espiritual. Os leigos não são “colaboradores externos” ou “auxiliares” do clero, mas possuem carismas próprios que contribuem com a missão da Igreja. Os carismas de cada um, postos ao serviço de todos, multiplicam-se pela caridade, que faz do carisma de um, o carisma de todos.


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PAPA FRANCISCO

ANGELUS

Praça São Pedro
Domingo, 24 de novembro de 2024

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Queridos irmãos e irmãs, bom domingo!

Hoje o Evangelho da liturgia (Jo 18, 33-37) apresenta-nos Jesus diante de Pôncio Pilatos: foi entregue ao procurador romano para ser condenado à morte. Entre os dois, porém – entre Jesus e Pilatos – inicia um breve diálogo. Através das perguntas de Pilatos e das respostas do Senhor, duas palavras em particular são transformadas, adquirindo um novo significado. Duas palavras: a palavra “rei” e a palavra “mundo”.

Num primeiro momento, Pilatos pergunta a Jesus: «És tu o rei dos Judeus?» (v. 33). Raciocinando como funcionário do império, quer perceber se o homem que tem diante de si constitui uma ameaça, e um rei para ele é a autoridade que governa todos os seus súbditos. Isso seria uma ameaça para ele, não é verdade? Jesus afirma ser rei, sim, mas de uma forma muito diferente! Jesus é rei porque é testemunha: é aquele que diz a verdade (cf. v. 37). O poder real de Jesus, o Verbo encarnado, reside na sua palavra verdadeira, na sua palavra eficaz, que transforma o mundo.

Mundo: eis o segundo momento. O “mundo” de Pôncio Pilatos é aquele em que o forte triunfa sobre o débil, o rico sobre o pobre, o violento sobre o manso, ou seja, um mundo que infelizmente conhecemos bem. Jesus é Rei, mas o seu reino não é daquele mundo, não é também deste mundo (v. 36). O mundo de Jesus é, de facto, o mundo novo, o mundo eterno, que Deus prepara para todos, dando a sua vida pela nossa salvação. É o reino dos céus, que Cristo traz à terra, derramando a graça e a verdade (cf. Jo 1, 17). O mundo, do qual Jesus é Rei, redime a criação arruinada pelo mal com a própria força do amor divino, Jesus salva a criação, porque Jesus liberta, Jesus perdoa, Jesus dá a paz e a justiça. “Mas isto é verdade, padre?” – “Sim”. Como está a tua alma? Há nela algo que a sobrecarrega? Alguma culpa antiga? Jesus perdoa sempre. Jesus nunca se cansa de perdoar. Este é o Reino de Jesus. Se há algo de mau dentro de ti, pede perdão. E Ele perdoa sempre.

Irmãos e irmãs, Jesus fala a Pilatos de muito perto, mas este permanece distante dele, pois vive num mundo diferente. Pilatos não se abre à verdade, apesar de a ter diante de si. Manda crucificar Jesus e ordena que se escreva na cruz: «Rei dos Judeus» (Jo 19, 19), mas sem compreender o significado destas palavras. “Rei dos Judeus”, daquelas palavras. No entanto, Cristo veio ao mundo, a este mundo: quem é da verdade, ouve a sua voz (cf. Jo 18, 37). É a voz do Rei do universo, que nos salva.

Irmãos e irmãs, a escuta do Senhor infunde luz ao nosso coração e à nossa vida. Por isso, procuremos perguntar-nos – cada um de nós pergunte-se no seu coração -: posso dizer que Jesus é o meu “rei”? Ou tenho outros “reis” no meu coração? Em que sentido? A sua Palavra é o meu guia, a minha certeza? Vejo n’Ele o rosto misericordioso de Deus que perdoa sempre, que está à espera para nos conceder o perdão?

Rezemos juntos a Maria, serva do Senhor, enquanto aguardamos com esperança o Reino de Deus.

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Depois de Angelus

Estes dois jovens coreanos receberam hoje a Cruz da Jornada da Juventude, que será em Seul, e levá-la-ão para a Coreia para se prepararem para a Jornada. Um aplauso aos coreanos! E também uma salva de palmas para os jovens portugueses que entregaram a Cruz.

Ontem, em Barcelona, foram beatificados o sacerdote Cayetano Clausellas Ballvé e o fiel leigo Antonio Tort Reixachs, mortos por ódio à fé em 1936, em Espanha. Damos graças a Deus pelo grande dom destas testemunhas exemplares de Cristo e do Evangelho. Aplaudamos os novos Beatos!

Hoje celebra-se nas Igrejas particulares a 39ª Jornada Mundial da Juventude, com o tema: Quem espera no Senhor caminha sem se cansar (cf. Is 40, 31). Também por vezes os jovens se cansam, se não esperam no Senhor! Saúdo as delegações de Portugal e da Coreia do Sul, que passaram o “testemunho” no caminho para a JMJ de Seul em 2027. Um aplauso às duas delegações.

Como já anunciei, no dia 27 de abril próximo, no contexto do Jubileu dos Adolescentes, proclamarei Santo o Beato Carlo Acutis. Além disso, tendo sido informado pelo Dicastério para as Causas dos Santos de que o processo de estudo da Causa do Beato Pier Giorgio Frassati está a chegar a uma conclusão positiva, tenciono canonizá-lo a 3 de agosto próximo, durante o Jubileu dos Jovens, depois de ter obtido o parecer dos Cardeais. Aplaudamos os próximos novos santos.

Amanhã, Myanmar celebra o Dia Nacional, em memória do primeiro protesto estudantil que colocou o país no caminho da independência, e na perspetiva de uma época pacífica e democrática que ainda está a lutar para se realizar. Expresso a minha proximidade a toda a população de Myanmar, em particular a quantos sofrem com os combates em curso, sobretudo os mais vulneráveis: crianças, idosos, doentes e refugiados, incluindo os Rohingya. Faço um apelo veemente a todas as partes envolvidas para que deponham as armas e encetem um diálogo sincero e inclusivo que possa garantir uma paz duradoura.

E saúdo calorosamente todos vós, romanos e peregrinos. Em particular, os grupos de fiéis provenientes de Malta, Israel, Eslovénia e Espanha, bem como das dioceses de Mostar-Duvno e Trebinje-Mrkan e do território da Abadia de Fossanova.

E continuemos a rezar pela martirizada Ucrânia, que tanto sofre, rezemos pela Palestina, por Israel, pelo Líbano, pelo Sudão. Peçamos a paz.

E a todos, a todos desejo bom domingo. Por favor, não vos esqueçais de rezar por mim. Bom almoço e até à vista!


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Canonização dos Beatos Pier Giorgio Frassati e Carlo Acutis em 7 de setembro de 2025.

Hoje, dia de Santo António e do aniversário da 2ª aparição de Nossa Senhora em Fátima, o Santo Padre Leão XIV anunciou ao mundo a nova data da canonização dos beatos Pier Giorgio Frassati e Carlo Acutis. Dia 7 de Setembro de 2025 ,na praça de São Pedro serão oficialmente declarado Santo da Igreja Universal.

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