JOÃO PAULO II AOS JOVENS EM TORINO

DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II

AOS JOVENS NA PRAÇA DE SANTA MARIA AUXILIADORA

Domingo, 13 de Abril de 1980

O segundo nome é o de Pier Giorgio Frassati, que é figura mais próxima do nosso tempo (morreu, de facto, em 1925) e que nos mostra ao vivo o que significa verdadeiramente para um jovem leigo dar uma resposta concreta ao “Vem e segue-me”. Basta passar os olhos, mesmo que rapidamente, pela sua vida gasta no espaço de apenas vinte e quatro, anos, para compreender qual foi a resposta que Pier Giorgio soube dar a Jesus Cristo: a resposta de um jovem “moderno”, aberto aos problemas da cultura, do desporto (um valente alpinista), às questões sociais, aos verdadeiros valores da vida e, ao mesmo tempo, de um homem profundamente crente, nutrido pela mensagem evangélica, de carácter solidíssimo, apaixonado em servir os irmãos e ardendo num fogo de caridade que o levava a aproximar, segundo uma ordem de precedência absoluta, os pobres e os doentes.

2. Porquê, falando-vos agora, quis tomar por exemplo estas duas figuras? Porque elas servem para demonstrar, num certo sentido sob dois lados diferentes, aquilo que é essencial para a visão cristã do homem. Um e outro — Don Bosco como verdadeiro educador cristão e Pier Giorgio como verdadeiro jovem cristão — nos indicam que o que mais conta nessa visão é a pessoa e a sua vocação tal como foi estabeleci da por Deus. Vós já sabeis bem que, da minha parte, é frequente esta chamada de atenção para a pessoa, porque se trata verdadeiramente de um dado fundamental de que nunca se poderá prescindir; e, ao dizer pessoa, não pretendo fazer um discurso de um humanismo autónomo e circunscrito à realidade desta terra. O homem — é bom recordá-lo — tem em si mesmo um valor imenso, mas não o tem por si mesmo porque o recebeu de Deus, por quem foi criado “à sua imagem e semelhança” (Gén 1, 26-27). E não existe, além desta, mais nenhuma adequada definição de homem! Este valor é como um “talento” e, segundo o ensino da conhecida parábola (Mt25, 14-30), deve ser bem administrado, isto é,  este valor de ser homem, de ser pessoa, deve ser administrado de modo que frutifique em abundância. É esta, ó jovens, a visão cristã do homem, a qual, partindo de Deus criador e pai, faz descobrir a pessoa naquilo que é e naquilo que deve ser.

 

[…]E Pier Giorgio: era um jovem de uma alegria comunicativa, uma alegria que superava também as muitas dificuldades da sua vida, porque o período juvenil é sempre um período de provação das forças.

trecho retirado: http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/speeches/1980/april/documents/hf_jp-ii_spe_19800413_torino-giovani_po.html

*Diego Guilherme da Silva-nosso colaborador,amigo e grande entusiasta de Pier Giorgio Frassati.

Pier Giorgio e Carlo Acutis,dois jovens que se deixaram amar por Jesus.

 

Eduardo Henrique Da Silva*

Carlo Acutis,um modelo para nossos adolescentes.

Cada vez que fico a meditar sobre Pier Giorgio e Carlo Acutis sinto-me fascinado por Jesus.Vejo que os dois se deixaram contemplar pelo olhar de Jesus que passa no meio de nós,que nos chama pelo nome mas nem sempre temos coragem de responder e de olhar nos olhos do Senhor. Jesus que se faz presente no testemunho de seus santo.

 

Em meus encontros diários com jovens sinto neles a angústia em serem felizes, a desejarem vivenciar a experiência do amor em nossas vidas de encontros e desencontros

Que nos levam a ter chagas profundas. Chagas essas devido a desilusões e tristezas de projetos de vida sonhados e que perderam-se nas ilusões da vida.Amores não correspondidos, vejo a necessidade que cada um tem de querer ser amado porém muitos não fazem idéia do que seja o Amor.

Parece que tudo perdeu o sentido e que a vida se tornou um eterno Outono.

 

Pier Giorgio e Carlo Acutis nos dão a resposta de quem vivenciaram em suas curtas vidas, porém exemplos que nos falam alto hoje, souberam responder ao “vem e segue-me”, permitiram olhar nos olhos de Jesus e por Ele sentirem-se amados.

Essa fé madura e autentica foi alimentada cotidianamente na Eucaristia, ambos participaram ativamente do Grande Encontro com o Senhor Ressuscitado. Diante da Eucaristia deixaram–se envolver pelo olhar de Jesus que nos ama profundamente.

È preciso que saibamos nos colocarmos diante do Senhor em silêncio e permitir a Ele que encha o nosso coração de Amor.Como disse uma monja domenicana, Madre Carmem Dulce Marcondes Machado, que” o Amor é uma força soberana e que a partir do momento em que esse amor preenche o meu coração me leva a ir ao encontro do outro”.

 

Pier Giorgio e Carlo Acutis,dois apaixonados por Jesus vivenciaram esse Amor socorrendo aos pobres,cuidando dos doentes,levando a palavra que conforta e abrindo os braços para quem deles precisassem.

Muitas vezes nos colocamos diante de Jesus com nossas preocupações e angústias e não deixamos Jesus nos falar, não nos permitimos ser amados. È preciso diante de Jesus nos colocarmos como uma tela diante de um pintor para que Ele faça em nós o que ainda falta. É preciso ser simples como as crianças .

O segredo espiritual de Pier Giorgio e Carlo Acutis foi o de deixarem–se amar pelo Senhor. Amor renovado a cada dia pela Eucaristia.

 

Quando aprendermos a nos deixar amar por Ele teremos  a certeza de que as nuvens passam assim como nossas preocupações,angústias e medo.E será Primavera.Na redescoberta da alegria de viver poderemos ter sempre a certeza de que “ Cristo é a nossa Paz!”

* Meditações.

Pier Giorgio Frassati,adorador.

Eduardo Henrique Da Silva*

Relata um padre sacramentino; “Era no ano de 1920, numa noite de adoração noturna, na nossa Igreja de Santa Maria de Piazza, na cidade de Turim, eram já passadas as 23h. Pier Giorgio devia ter uns 23 anos.  Eu apenas tinha entrado no coro para minha hora de adoração quando, repentinamente, ouvi a campainha e fui abrir a porta para ver do que se tratava. Qual não foi minha consoladora surpresa quando me vi diante de um belo jovem, que eu não conhecia, que me disse que viera para fazer a sua adoração… Fiz observar ao meu gentil interlocutor que naquela noite não havia adoração para os jovens, mas somente para os religiosos. Eu o exortei para que retornasse à sua casa antes que a hora ficasse ainda mais tarde do que estava. O  meu conselho não deteve o generoso jovem mas, com voz suplicante, insistiu que eu o deixasse entrar, pois ele faria sua adoração por si mesmo sem atrapalhar os nossos religiosos. Minhas justas observações de nada valeram, e suas doces insistências foram tais que acabei por contentá-lo. Feliz pela vitória alcançada, se dirigiu para a igreja”.

“Entrou no presbitério e fazendo uma profunda prostração, ajoelhou-se em um dos genuflexórios do coro da Igreja. Durante a hora que eu passei em sua companhia, fui grandemente edificado pelo seu exemplar comportamento, e pude notar todas as santas maneiras que ele usava para se manter acordado, apesar das insistências do sono e do cansaço: às vezes se levantava, às vezes lia, às vezes recitava o rosário e assim passou toda a noite, até às 4h da manhã, hora em que pediu e recebeu a santa Comunhão. Ainda depois disso, ficou uma hora em Ação de Graças. Às 5h, quando a igreja se abriu para o público, ele saiu tranqüilamente”.

* Tradução da Positio super virtutibus,cit,vol I,pag   82

Relíquia de Pier Giorgio-1932
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