HOMILIA DO PAPA LEÃO XIV

Praça de São Pedro
XXIII Domingo do Tempo Comum, 7 de setembro de 2025

Bom dia a todos! Feliz domingo e bem-vindos! Obrigado!

Irmãos e irmãs, hoje é um dia de grande festa para toda a Itália, para toda a Igreja, para todo o mundo!

Antes de começar a solene celebração da canonização, gostaria de saudar e dizer algumas palavras a todos vós, porque, se por um lado a celebração é muito solene, por outro é também um dia de grande alegria!

Gostaria de saudar especialmente os muitos jovens e adolescentes que vieram para esta Santa Missa! É realmente uma bênção do Senhor: encontrarmo-nos juntos com todos vocês que vieram de diferentes países. É realmente um dom da fé que queremos partilhar.

Após a Santa Missa, se puderem ter um pouco de paciência, espero poder ir até a praça para cumprimentá-los. Então, se agora vocês estão longe, esperamos pelo menos poder nos cumprimentar…

Saúdo os familiares dos dois Beatos quase Santos, as delegações oficiais, tantos Bispos e sacerdotes que vieram. Um aplauso para todos eles! Obrigado também a vocês por estarem aqui, religiosos, religiosas e a Ação Católica!

Preparemo-nos para esta celebração litúrgica com a oração, com o coração aberto, desejando receber verdadeiramente esta graça do Senhor. E sintamos todos no coração o mesmo que Pier Giorgio e Carlo viveram: este amor por Jesus Cristo, sobretudo na Eucaristia, mas também nos pobres, nos irmãos e nas irmãs. Todos vós, todos nós, somos chamados a ser santos. Deus vos abençoe! Boa celebração! Obrigado por estarem aqui!

* * *

Queridos irmãos e irmãs,

na primeira leitura, ouvimos uma pergunta: «[Senhor,] quem conhecerá a tua vontade, se não lhe deres a sabedoria, e não enviares o teu santo espírito lá do céu?» (Sb 9,17). Ouvimos essa pergunta depois que dois jovens beatos, Pier Giorgio Frassati e Carlo Acutis, foram proclamados santos, e isso é providencial. Com efeito, no Livro da Sabedoria, essa pergunta é atribuída justamente a um jovem como eles: o rei Salomão. Ele, com a morte de Davi, seu pai, percebeu que tinha muitas coisas: poder, riqueza, saúde, juventude, beleza e realeza. Mas justamente essa grande abundância de meios fez surgir em seu coração uma outra pergunta: “O que devo fazer para que nada disso se perca?”. E compreendeu que a única maneira de encontrar uma resposta era pedir a Deus um dom ainda maior: a sua Sabedoria, para conhecer os seus projetos e aderir fielmente a eles. Na verdade, ele percebeu que só assim tudo encontraria o seu lugar no grande desígnio do Senhor. Sim, porque o maior risco da vida é desperdiçá-la fora do projeto de Deus.

Também Jesus, no Evangelho, fala-nos de um projeto ao qual devemos aderir totalmente. Ele diz: «Quem não tomar a sua cruz para me seguir não pode ser meu discípulo» (Lc 14, 27); e ainda: «Qualquer de vós, que não renunciar a tudo o que possui, não pode ser meu discípulo» (v. 33). Assim, convida-nos a aderir sem hesitação à aventura que Ele nos propõe, com a inteligência e a força que vêm do seu Espírito e que podemos acolher na medida em que nos despojamos de nós mesmos, das coisas e ideias às quais estamos apegados, para nos colocarmos à escuta da sua palavra.

Muitos jovens, ao longo dos séculos, tiveram de enfrentar esta encruzilhada na vida. Pensemos em São Francisco de Assis: tal como Salomão, também ele era jovem e rico, sedento de glória e fama. Por isso partiu para a guerra, na esperança de ser nomeado “cavaleiro” e cobrir-se de honras. Mas Jesus apareceu-lhe ao longo do caminho e fez-lhe refletir sobre o que estava a fazer. Recuperando a lucidez, dirigiu a Deus uma pergunta simples: «Senhor, o que queres que eu faça?». [1] E a partir daí, voltando atrás, começou a escrever uma história diferente: a maravilhosa história de santidade que todos conhecemos, despojando-se de tudo para seguir o Senhor (cf. Lc 14, 33), vivendo na pobreza e preferindo o amor pelos irmãos, especialmente os mais fracos e os mais pequenos, ao ouro, à prata e aos tecidos preciosos do seu pai.

E quantos outros santos e santas poderíamos recordar! Às vezes, nós os retratamos como grandes personagens, esquecendo que tudo começou para eles quando, ainda jovens, responderam “sim” a Deus e se entregaram totalmente a Ele, sem guardar nada para si mesmos. Santo Agostinho conta, a este respeito, que, no «nó tão complicado e emaranhado» da sua vida, uma voz, no seu íntimo, lhe dizia: «Eu quero a ti». [2] E assim Deus deu-lhe uma nova direção, um novo caminho, uma nova lógica, em que nada da sua existência se perdeu.

Neste contexto, hoje olhamos para São Pier Giorgio Frassati e São Carlo Acutis: um jovem do início do século XX e um adolescente dos nossos dias, ambos apaixonados por Jesus e prontos a dar tudo por Ele.

Pier Giorgio encontrou o Senhor através da escola e dos grupos eclesiais – a Ação Católica, as Conferências Vicentinas, a FUCI, a Ordem Terceira Dominicana – e testemunhou-O com a sua alegria de viver e de ser cristão na oração, na amizade, na caridade. A tal ponto que, ao vê-lo circular pelas ruas de Turim com carrinhos cheios de ajuda para os pobres, os amigos o rebatizaram de “Empresa de Transportes Frassati”! Ainda hoje, a vida de Pier Giorgio representa uma luz para a espiritualidade leiga. Para ele, a fé não era uma devoção privada: impulsionado pela força do Evangelho e pela pertença a associações eclesiais, comprometeu-se generosamente na sociedade, deu o seu contributo à vida política, dedicou-se com ardor ao serviço dos pobres.

Carlo, por sua vez, encontrou Jesus na família, graças aos seus pais, Andrea e Antonia – presentes aqui hoje com os dois irmãos, Francesca e Michele –, depois também na escola, e sobretudo nos sacramentos, celebrados na comunidade paroquial. Assim, cresceu integrando naturalmente nas suas jornadas de criança e adolescente a oração, o desporto, o estudo e a caridade.

Ambos, Pier Giorgio e Carlo, cultivaram o amor a Deus e aos irmãos através de meios simples, ao alcance de todos: a Santa Missa diária, a oração, especialmente a Adoração Eucarística. Carlo dizia: «Diante do sol, bronzeamos. Diante da Eucaristia, torna-se santo!», e ainda: «A tristeza é o olhar voltado para si mesmo, a felicidade é o olhar voltado para Deus. A conversão nada mais é do que desviar o olhar de baixo para cima, basta um simples movimento dos olhos». Outra coisa essencial para eles era a Confissão frequente. Carlo escreveu: «A única coisa que devemos realmente temer é o pecado»; e admirava-se porque – são sempre palavras suas – «os homens se preocupam tanto com a beleza do próprio corpo e não se preocupam com a beleza da própria alma». Ambos, finalmente, tinham uma grande devoção pelos santos e pela Virgem Maria, e praticavam generosamente a caridade. Pier Giorgio dizia: «Em torno dos pobres e dos doentes, vejo uma luz que nós não temos». [3] Definia a caridade como «o fundamento da nossa religião» e, tal como Carlo, praticava-a sobretudo através de pequenos gestos concretos, muitas vezes ocultos, vivendo aquela que o Papa Francisco chamou de «a santidade “ao pé da porta”» (Exort. ap. Gaudete et exsultate, 7).

Quando a doença os atingiu e ceifou as suas jovens vidas, nem mesmo isso os impediu de amar, de se oferecerem a Deus, de bendizê-Lo e de orar por si próprios e por todos. Um dia, Pier Giorgio disse: «O dia da morte será o dia mais bonito da minha vida»; [4] e na última foto, que o retrata a escalar uma montanha do Val di Lanzo, com o rosto voltado para o objetivo, ele escreveu: «Para cima». [5] Além disso, ainda mais jovem, Carlo gostava de dizer que o Céu nos espera desde sempre, e que amar o amanhã é dar hoje o melhor de nós mesmos.

Queridos, os santos Pier Giorgio Frassati e Carlo Acutis são um convite dirigido a todos nós – especialmente aos jovens – a não desperdiçar a vida, mas a orientá-la para cima e a fazer dela uma obra-prima. Eles encorajam-nos com as suas palavras: «Não eu, mas Deus», dizia Carlo. E Pier Giorgio: «Se tiveres Deus no centro de todas as tuas ações, então chegarás até ao fim». Esta é a fórmula simples, mas vencedora, da sua santidade. E é também o testemunho que somos chamados a seguir, para saborear a vida até ao fim e ir ao encontro do Senhor na festa do Céu.


[1]  Lenda dos três companheiros, cap. I: Fontes Franciscanas, 1401.

[2]  Confissões, II, 10,18.

[3] Nicola Gori, Al prezzo della vita: “L’Osservatore romano”, 11 de fevereiro de 2021.

[4] Irene Funghi, I giovani assieme a Frassati: un compagno nei nostri cammini tortuosi: “Avvenire”, 2 de agosto de 2025.

[5] Ibid.

OS DONS DO ESPÍRITO SANTO NA ALMA DE PIER GIORGIO

O espírito de Pier Giorgio manifesta-se através das múltiplas expressões interiores e exteriores de seu caráter especial, sob a ação cada vez mais intensa dos dons do Espírito Santo, que fazem resplandecer, no exercício das virtudes, não o mundo humano, mas o mundo divino e, portanto, o mundo heroico: aqueles que são assim guiados não precisam se orientar segundo normas comuns, porque são conduzidos pelo mais elevado instinto interior que vem do Espírito Santo.
1. O caráter intuitivo sobrenatural não pertence à fé, pois esta é simples adesão ao que não se vê, mas é efeito do dom do “entendimento”. Ora, esse caráter sobressai no espírito de Pier Giorgio.
2. O senso da vaidade das coisas terrenas — honras, riquezas, poder, glória, aparências, festas — é efeito do dom da “ciência”, que, através das criaturas, nos faz conhecer instintivamente o Criador e também compreender, por certo instinto, os perigos de ofendê-lo e deles fugir. Esse triplo efeito constitui, de algum modo, a trama da vida interior de Pier Giorgio, cada vez mais evidente em seu cotidiano.
3. Seguir as razões supremas e eternas da vida e ordenar as próprias ações segundo os ideais eternos é efeito da “sabedoria”, dom inseparavelmente unido à caridade, pelo qual nasce o gosto pelas coisas divinas e o juízo sempre preciso sobre as coisas temporais à luz da eternidade. O olhar amoroso que contempla Deus no mundo, na história, na sociedade e na Igreja forma a tríplice manifestação da sabedoria cristã como dom do Espírito Santo. Ora, isto se revela sempre mais claramente em Pier Giorgio, cujo olhar interior sereno se fixa nas realidades supremas que regem a vida terrena, e cujo juízo (sempre exato nas coisas da caridade e sempre vigilante nas coisas de Deus) procede de uma profunda “simpatia” por elas e, portanto, de uma disposição habitual cada vez mais acentuada e emergente, própria do dom da sabedoria.

Assim, os dons que, em geral, são predominantemente intelectuais, adquirem em Pier Giorgio uma luminosidade particular. Quanto aos outros dons — característicos dos santos como homens de ação — não seria difícil reconhecer suas linhas emergentes em Pier Giorgio.
4. O “temor de Deus”, que imprime na alma um profundo senso de reverência e humilde submissão, temor filial e puro, que nada no mundo deseja ofender a Deus.
5. O “conselho”, que guia a vida, fazendo com que sempre, através das dificuldades e obstáculos, se desenrole o caminho justo, fielmente seguido até o fim.
6. A “piedade”, que traz para as práticas da vida religiosa o sentimento do filho para com o Pai celeste.
7. A “fortaleza”, que, como dom do Espírito Santo, concede ao nosso espírito uma santa ousadia para realizar o bem, sem temer nada, nem mesmo a morte, pois esta é a condição para ver e amar Deus para sempre na glória: o fim dos dias terrenos aparece, assim, como “o mais belo”.

(Do livro “Beato Pier Giorgio Frassati, terciário dominicano”)

Leão XIV: por intercessão de Acutis e Frassati, pedir o dom da fé a crianças e jovens

“Que setembro seja um mês de oração pelas crianças e jovens que voltam às aulas e por aqueles que cuidam da sua educação. Peçam por eles, pela intercessão dos Beatos, e em breve Santos, Pier Giorgio Frassati e Carlo Acutis, o dom de uma fé profunda em seu caminho de amadurecimento”, disse Leão XIV durante a saudação aos fiéis de língua polonesa na Audiência Geral. A canonização dos futuros santos está marcada para domingo, 7 de setembro.
O Papa Leão XIV, na Audiência Geral desta quarta-feira (03/09), de volta à Praça São Pedro, refletiu sobre a humanidade de Cristo nos últimos momentos antes da sua morte, quando na cruz ele diz ter sede e lhe é oferecida uma esponja embebida em vinagre. “Na sede de Cristo podemos reconhecer toda a nossa sede”, disse o Pontífice, “não há nada de mais humano, nada de mais divino, do que saber dizer: eu preciso”. A sede do Senhor na cruz, recordou o Pontífice durante as saudações aos peregrinos vindos de diferentes partes do mundo, como do Brasil e de Portugal, ensina que pedir não é indigno, mas libertador:

“Saúdo cordialmente os fiéis de língua portuguesa, de modo especial os grupos vindos de Portugal e do Brasil. Jamais devemos nos envergonhar de pedir: todos nós temos necessidade do Senhor e da sua graça. Peçamos a Ele a água viva que sacia a nossa sede de Deus. Deus os abençoe!”Entregar a fraqueza a Deus sem vergonha

Aprender “a arte de pedir sem vergonha e de oferecer sem cálculo”, também foi enaltecido pelo Papa ao se dirigir aos fiéis de língua francesa, em especial, os provenientes de Luxemburgo e da França: “assim construiremos relações fraternas, verdadeiras e autênticas, portadoras de uma alegria que o mundo não conhece”, acrescentou o Pontífice. Aos peregrinos de língua áraba, Leão XIV reforçou:

“O cristão é chamado a entregar a sua fraqueza a Deus sem vergonha nem medo, porque só Ele é capaz de transformá-la numa ponte que conduz ao céu.”

Por intercessão dos futuros santos, Acutis e Frassati

Quando o Papa se dirigiu aos fiéis de língua polonesa, recordou que, passadas as férias de verão, o período é para retomar o ano escolar na Europa. Em véspera de duas importantes canonizações no próximo domingo, 7 de setembro, no Vaticano, Leão XIV também disse para pedir a intercessão dos futuros santos, os italianos Carlo Acutis e Pior Giorgio Frassati, o dom da fé. São dois jovens, que faleceram aos 15 e 24 anos respectivamente, que seguiam os valores do Evangelho e até hoje inspiram as famílias e irradiam a luz de Jesus a todos:

“Que setembro seja um mês de oração pelas crianças e jovens que voltam às aulas e por aqueles que cuidam da sua educação. Peçam por eles, pela intercessão dos Beatos, e em breve Santos, Pier Giorgio Frassati e Carlo Acutis, o dom de uma fé profunda em seu caminho de amadurecimento.”

Pier Giorgio Frassati, o olhar de quem via o Paraíso.

No volume “O Paraíso” do padre Angelo Arrighini, O.P., publicado em 1942, lê-se este epitáfio:

AO VENERÁVEL
MEU DISCÍPULO E AMIGO
PIER GIORGIO FRASSATI
QUE COM O NOME DE FREI GIROLAMO
CONSAGREI NA ORDEM TERCEIRA DOMINICANA
DO CÉU, ONDE JÁ COMO ESTRELA RESPLANDECE,
ENQUANTO NA TERRA SE LHE PREPARA O ALTAR,
ESTE LIVRO, TÃO DESEJADO E PEDIDO A MIM
AFIM DE QUE O ABENÇOE E DIFUNDA,
DEDICO.

E como nasceu o livro, o próprio Autor o diz na introdução:

“Pode-se bem dizer que este livro sobre o Paraíso me foi pedido e inspirado por quem já se encontra no Paraíso.
Entre todos aqueles jovens queridos, em sua maioria estudantes, destacava-se pelo zelo, pela piedade e também pela alegria, o então jovem de vinte anos Pier Giorgio Frassati.
Uma especial admiração pelo ardente e combativo Frei Girolamo Savonarola — cujo nome quis depois assumir — o havia atraído também para a nossa Ordem Terceira, da qual eu mesmo tive a graça de revesti-lo com o escapulário branco.
E com o nome e o hábito de Savonarola pode-se bem dizer que ele também recebeu aquele ardente e intrépido zelo apostólico que, se conduziu o primeiro à fogueira, está agora prestes a elevá-lo ao altar.
Um dia ele veio justamente à minha cela pedir-me um livro de meditação sobre o Paraíso.”

(Do livro “Calendário de uma vida. 1901-1925. Pier Giorgio Frassati”, organizado por Luciana Frassati)

Pier Giorgio Frassati e os papas.

Desde o Papa Paulo VI até o Papa Francisco, e agora o Papa Leão XIV, os Papas têm olhado para a vida do Bem-aventurado Pier Giorgio Frassati e visto mais do que apenas uma biografia inspiradora. Eles reconheceram nele um retrato vivo da santidade — uma santidade que não é reservada a poucos extraordinários, mas possível para cada um de nós.

O Papa Paulo VI o chamou de jovem de “frescor interior” cuja força vinha da comunhão com Deus. São João Paulo II o saudou como “o homem das oito bem-aventuranças”, um título que captura como Pier Giorgio fez do Evangelho seu plano de vida pessoal. O Papa Bento XVI o apresentou como modelo para os jovens, exortando-os a imitar sua coragem em dar testemunho da fé.

O Papa Francisco frequentemente repete o desafio de Frassati de “viver, e não apenas sobreviver”, e o Papa Leão XIV lembrou recentemente à Igreja que “ninguém nasce santo” — a santidade é forjada, como foi para Pier Giorgio, nas pequenas escolhas da vida diária.

Quando os Papas falam de Pier Giorgio, eles não estão apenas homenageando um jovem santo do passado. Eles estão apontando um caminho que também podemos trilhar. A santidade, nos dizem, não consiste em escapar do mundo, mas em engajá-lo com alegria, oração e amor abnegado. Pier Giorgio escalou montanhas, riu com amigos, serviu os pobres e defendeu a verdade. Ao fazer isso, mostrou que os altos da santidade estão ao alcance de quem estiver disposto a dar um passo fiel de cada vez.

Sua vida é um espelho no qual podemos ver o santo que somos chamados a nos tornar. Os Papas o viram. Agora, é a nossa vez de acreditar.

Papa Paulo VI sobre Pier Giorgio Frassati

Como ex-assistente da FUCI e próximo à família Frassati, Paulo VI teve um papel fundamental em retomar a causa de santidade de Pier Giorgio. No 7º aniversário da morte de Pier Giorgio (3 de julho de 1932), Montini refletiu:

“Como ainda podemos ser cristãos? Pier Giorgio responde com a vida… Ele era forte porque era austero. Austero e doce e vivo… da comunhão com Deus… frescor interior…”

São João Paulo II sobre Pier Giorgio Frassati

João Paulo II tinha uma admiração duradoura por Pier Giorgio, antes mesmo de se tornar Papa:

Como Cardeal, ele chamou famosamente Pier Giorgio de “Aqui está o homem das oito bem-aventuranças!”

Na beatificação de Pier Giorgio, em 20 de maio de 1990, ele ecoou esse sentimento:

“Pelo seu exemplo, ele proclama que uma vida vivida no Espírito de Cristo, o Espírito das Bem-aventuranças, é ‘bem-aventurada’…”

Ele também o descreveu como:

“o Homem das Oito Bem-aventuranças” e até mesmo “o homem do nosso século”, destacando seu amor e caridade como um farol em uma era turbulenta.

Falando aos jovens (em 5 de abril de 2001 em Roma):

“Sua existência como um jovem ‘normal’ mostra que se pode ser santo vivendo intensamente a amizade, o estudo, o esporte, o serviço aos pobres, em constante relação com Deus.”

Bento XVI sobre Pier Giorgio Frassati

Bento XVI frequentemente citava Pier Giorgio como exemplo poderoso para os jovens:

Na Audiência Geral de 5 de julho de 2006, disse:

“Que seu exemplo de fidelidade a Cristo inspire em vocês, queridos jovens, resoluções de corajoso testemunho evangélico.”

Em 4 de julho de 2007, acrescentou:

“Que seu exemplo os fortaleça… no testemunho do Evangelho em toda circunstância da vida… ofereçam os sofrimentos diários… apoiem vocês, queridos recém-casados, na construção de suas famílias…”

Em maio de 2010, descreveu Pier Giorgio assim:

“Jovem como vocês, viveu sua formação cristã com grande compromisso… testemunho de fé, simplicidade e eficácia… descubram que vale a pena se comprometer por Deus… mesmo quando isso é custoso.”

Papa Francisco sobre Pier Giorgio Frassati

O Papa Francisco tem citado Pier Giorgio em várias ocasiões:

Na sua Carta para a JMJ 2016, citou palavras do próprio Frassati (de uma carta de 1925):

“Viver sem fé, sem herança a defender, sem sustentar a verdade em contínua luta, não é viver, mas mal viver. Nunca devemos mal viver, mas viver.”

Em uma Audiência Geral de 13 de junho de 2018:

“O Bem-aventurado Pier Giorgio Frassati, que era jovem, costumava dizer que é preciso viver, e não apenas sobreviver…”

Em 2020, durante a entrega da Cruz da JMJ:

“Um jovem como vocês… disse isto: ‘Quero viver, e não apenas sobreviver.’”

Em 2022, ele incluiu Pier Giorgio entre exemplos de santidade juvenil:

Pier Giorgio exemplifica como se pode ser “um jovem, responsável, crível na fé, um crente feliz, sorridente” — um modelo para os jovens.

E durante uma saudação em junho de 2024:

Relembrando como Pier Giorgio auxiliou os pobres em Turim, Francisco disse:

“Ele não se perdeu na ‘boa vida’… nele havia amor por Jesus e pelos irmãos.”

Papa Leão XIV sobre Pier Giorgio Frassati

Ao preparar a canonização de Frassati, o Papa Leão XIV refletiu, durante a homilia da Missa pelo Jubileu do Esporte (15 de junho de 2025):

“Sua vida simples e luminosa nos lembra que, assim como ninguém nasce campeão, também ninguém nasce santo.”

Como modelo vivo para os jovens, o Papa Leão XIV exortou-os durante a Missa de Encerramento do Jubileu da Juventude (03 de agosto de 2025):

“Aspirem a grandes coisas, onde quer que estejam. Não se contentem com menos.”
Ele os encorajou a olhar além de buscas superficiais e enfatizou que a verdadeira realização está naquilo que acolhemos e compartilhamos com alegria, e não no que acumulamos. Nisso, ele destacou Frassati — junto com Carlo Acutis — como exemplo por sua dedicação à caridade, humildade e alegria cristã autêntica.

Fonte: frassatiphilippines.org

Adoração Eucarística no Jubileu dos Jovens

É de Turim o ostensório que foi utilizado durante a Adoração Eucarística da Vigília do Jubileu dos Jovens com o Papa Leão XIV, e ele tem uma longa história.
Atualmente, provém da Capela da Adoração Perpétua da paróquia de Santo Antônio Abade, na periferia norte da cidade. Anteriormente, era utilizado na igreja de Santa Maria da Praça dos Padres Sacramentinos, que, por mais de um século, zelaram pela Adoração Perpétua.

Diante desse ostensório rezaram a Jesus-Eucaristia o jovem Pier Giorgio Frassati, que será canonizado no próximo dia 7 de setembro; São João Bosco, apóstolo da juventude e fundador da Congregação Salesiana, hoje difundida por todo o mundo; São José Bento Cottolengo, apóstolo da caridade, próximo dos últimos, que deu origem a um grande número de obras caritativas em nome de Deus-Amor; São José Cafasso, definido pelo Papa Pio XI como “A pérola do clero italiano”, que dedicou toda a sua vida a confessar e formar bons confessores. Entre seus penitentes estavam justamente Dom Bosco, Dom Cottolengo e o cônego Allamano, também ele canonizado no último dia 20 de outubro pelo Papa Francisco.

Também rezaram diante de Jesus, com esse mesmo ostensório, São Leonardo Murialdo, educador da juventude operária; a beata Anna Michelotti, a serviço dos enfermos; os beatos irmãos Luigi e Giovanni Boccardo, sacerdotes exemplares; o beato Giacomo Alberione, fundador da grande Família Paulina, profeta da comunicação.

Uma multidão de santos, portanto, que nos testemunham a importância do primado de Deus e da necessidade de retornar à Adoração a Ele, reconhecendo-O vivo e presente no Santíssimo Sacramento e, por isso, amando-O nos irmãos.

Fonte: Diocese de Turim.

Pier Giorgio um leigo dominicano

Pois bem, o cristianismo de Pier Giorgio é um cristianismo dominicano e, mais particularmente, um cristianismo savonaroliano.
Em que consiste isso? Poder-se-ia responder com a tese fundamental de São Tomás de Aquino, aquela que dá homogeneidade e coesão a todo o harmonioso edifício teológico de Tomás: a graça não destrói a natureza, mas a aperfeiçoa (gratia non destruit naturam, sed perficit).
É a tese da validade intrínseca de toda a ordem natural da criação: a redenção não a perturba, mas a cura, a purifica, a eleva; confere-lhe firmeza e esplendor; prepara-a, fermentando-a desde dentro, para a ordem futura da glória.
As coisas criadas têm valor, são um valor: são boas; projetam uma luz, são pedras de um edifício que, por virtude de Cristo e da ressurreição de Cristo, está destinado, na ressurreição final, a eternizar-se em Deus…

A essa luminosidade dominicana, o caráter savonaroliano acrescenta uma nota, por assim dizer, mais marcadamente histórica, profética, intervencionista, de certo modo até violenta: uma nota de altivez e repulsa diante da verdade ofendida!
A inserção na trama dos eventos históricos – e, portanto, também sociais e políticos – torna-se viva, decidida, voltada ao futuro: torna-se um fermento que traz doçura e paz para quem o acolhe, confusão e ruptura para quem o rejeita.
Aliás, não é essencial ao cristianismo ser esse sinal de contradição, portador de paz para uns e de repulsa para outros?
Signum cui contradicetur…”**

— Da prefação de Giorgio La Pira ao livro “O compromisso social e político de Pier Giorgio”, de Luciana Frassati.

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