Carlo Acutis já repousa no Santuário do Despojamento de São Francisco de Assis

ASSIS, 08 Abr. 19 (ACI).- Os restos mortais do Venerável Carlo Acutis, conhecido como o Ciberapóstolo da Eucaristia, já repousam no Santuario della Spogliazione (Despojamento), onde São Francisco de Assis deixou tudo para seguir o Senhor.

“Estamos realmente felizes que o corpo de Carlo tenha sido trazido para este lugar especial da vida de São Francisco”, comenta Antonia Salzano, a mãe do jovem falecido aos 15 anos com leucemia e cuja causa de beatificação está em andamento.

“Para nós, é fonte de imensa alegria, porque aqui começou o processo de santidade de Francisco, que decidiu renunciar aos seus bens terrenos para ser de Cristo e pobre entre os pobres”, disse Salzano, segundo o site do Santuário.

Por sua parte, o Bispo de Assis, Dom Domenico Sorrentino, disse a ‘Maria Vision Italia’ que Carlo Acutis foi “um jovem que realmente chegou a viver uma vida bela e feliz, porque foi uma vida santa. Agora, estamos felizes em vê-lo aqui com São Francisco, santo conhecido em todo o mundo”.

O translado dos restos mortais de Carlo Acutis começou em 5 de abril com a sua chegada à Basílica Inferior de São Francisco de Assis, para depois ir em procissão para a Igreja de São Ruffino, onde ocorreu uma vigília juvenil presidida pelo Bispo Auxiliar de Milão, Dom Paolo Martinelli.

Na Missa durante a vigília, o Arcebispo de Spoleto-Nurcia, Dom Renato Boccardi, destacou a figura do venerável e de outro jovem italiano, Beato Pier Giorgio Frassati.

“Carlo foi um jovem normal, extraordinário no ordinário. Como Pier Giorgio, Carlo também recebia todos os dias a visita de Jesus no pão eucarístico e devolvia as visitas acolhendo e ajudando os pobres”, disse o Prelado, segundo o jornal do Vaticano L’Osservatore Romano.

No sábado, 6 de abril, os restos foram levados para o Santuário do Despojamento, onde foram finalmente enterrados dentro de uma urna de madeira com a inscrição: “Minha rodovia para o céu”, ao redor de uma imagem do Santíssimo Sacramento. A frase se refere ao que Carlo Acutis costumava dizer sobre a Eucaristia.

Em sua homilia, o Bispo de Assis disse: “Estamos aqui para enterrar seus restos mortais no Santuário, para que sua luz se encontre e se funde com aquela que há oito séculos brilhou em Francisco e que faz de Assis uma cidade especial”.

“Francisco e Carlo estão agora indissoluvelmente unidos. Juntos, os cantores da vida e do bem, germe do horizonte de uma humanidade marcada por uma crise de época”, acrescentou o Prelado, segundo o site do Santuário.

Após a Missa, o corpo foi enterrado em um sepulcro na nave direita do Santuário, onde centenas de fiéis prestaram homenagem a Carlo Acutis.

“A santidade, nos diz Carlo, não é uma realidade distante. É possível para todas as idades. Não é outra coisa além de ser transfigurado pela bondade e oração. É a luz de Deus que se reflete em nossos olhos”, disse o Bispo de Assis, em um artigo publicado no site da sua diocese, em julho de 2018, quando o decreto das virtudes heroicas do jovem foi aprovado, com o qual foi declarado venerável.

Por ocasião do translado dos restos mortais do jovem italiano, Dom Sorrentino publicou o livro “Originais não fotocópias: Carlo Acutis e Francisco de Assis”.

O nome do livro se refere a uma frase do venerável que disse que “todos nascem como originais, mas muitos morrem como fotocópias”.

O legado de Acutis também foi lembrado pelo Papa Francisco em sua recente exortação apostólica Christus vivit, publicada em 2 de abril pelo Vaticano depois do Sínodo dos Jovens realizado em Roma, em outubro de 2018.

No documento, o Santo Padre afirma que “é verdade que o mundo digital pode expor-te ao risco de te fechares em ti mesmo, de isolamento ou do prazer vazio. Mas não esqueças a existência de jovens que, também nestas áreas, são criativos e às vezes geniais. É o caso do jovem Venerável Carlo Acutis”.

No domingo, 7 de abril, como conclusão dos eventos pelo translado dos restos mortais de Carlo Acutis, o Cardeal Gualtiero Bassetti, presidente da Conferência Episcopal Italiana, presidiu uma Missa às 11h no Santuario della Spogliazione.

Breve biografia

Carlo Acutis nasceu em 3 de maio de 1991, em Londres (Inglaterra), onde sua família residia por motivos profissionais. Depois, mudaram-se para Milão (Itália).

Fez a Primeira Comunhão aos 7 anos de idade e, desde então, sua vida foi marcada por um profundo amor pela Eucaristia, a qual considerava como “rodovia para o céu”.

Participava da Missa todos os dias e também rezava o terço, impulsionado pela sua devoção à Virgem Maria, a qual considerava sua confidente. Além disso, dava aulas de catecismo às crianças e ajudava as pessoas mais necessitada.

A intensa vida espiritual de Carlo o levou a inventar o que alguns chamaram de um “kit para tornar-se santo”, formado pela Missa, Comunhão, Terço, leitura diária da Bíblia, confissão e serviço aos outros.

Acutis também desenvolveu desde pequeno o seu talento pela informática e os adultos que o conheciam o consideravam um gênio. Ele criou exposições virtuais sobre temas da fé. Um dos mais destacados foi realizado quando tinha 14 anos e trata sobre milagres eucarísticos no mundo inteiro. Fez isso quando tinha 14 anos de idade.

Quando foi diagnosticado com leucemia, Carlo decidiu oferecer seus sofrimentos pelo Papa e pela Igreja Católica. Faleceu em 12 de outubro de 2006, dia da festa da Virgem do Pilar, aos 15 anos.

Segundo indica o site ‘Famiglia Cristiana’, antes de saber que estava doente, o jovem fez um vídeo no qual disse que, se morresse, gostaria que o enterrassem em Assis, onde estão atualmente os seus restos mortais.

Em 5 de julho de 2018, o Papa Francisco assinou o decreto reconhecendo as virtudes heroicas de Carlo Acutis, um passo importante em uma causa de beatificação.

Esta aprovação significa que a Igreja reconhece que o Servo de Deus viveu heroicamente ou excepcionalmente as virtudes teológicas da fé, esperança e caridade.

O próximo passo é esperar que a Santa Sé reconheça um milagre realizado pela intercessão de Carlo Acutis, para prosseguir com sua beatificação.

Para sua canonização, é necessário que a Igreja reconheça oficialmente outro milagre realizado pela intercessão do jovem italiano.

Diante de alguns rumores sobre o fato de que o corpo de Carlo Acutis estaria incorrupto, o postulador da causa do venerável, Nicola Gori, se pronunciou em um comunicado no dia 24 de janeiro: “Em relação ao estado de conservação do corpo, qualquer julgamento é prematuro, pois as devidas investigações ainda estão sendo realizadas pela equipe médica”.

ACI Digital@acidigital

Reencontro com a fé – Carlo Acutis

 

Sepultura de Carlo Acutis - Assisi

Silvanio Benetti*

Uma canção juvenil dos motoqueiros na Áustria repetia o seguinte refrão: “Não sei para onde vou, por isso chego mais rápido”. A intenção dos aventureiros, que percorrem as estradas montanhosas numa moto, reflete a realidade que o final do século vive: a aventura de viver perigosamente (adrenalina pura), o aproveitamento daquilo que emerge no momento e a despreocupação pelo futuro.

Nossa sociedade está fragmentada, onde já não sabemos com convicção os verdadeiros valores, os próprios meios de comunicação penetram cada vez mais em todos ambientes que lançam suspeitas sobre todas as nossas atitudes, o sagrado perdeu seu lugar.

Dentro desta visão, também surge à pergunta sobre a fé em Jesus Cristo. A realidade existencial do homem moderno, que vive momentos fortes, na alegria e no sofrimento, na surpresa e na decepção, sofreu essa guinada a partir do momento em que a visão de totalidade se relativizou. O sentido da vida deixou de ser buscado nas aspirações profundas do ser humano, no eterno, na transcendência, em favor duma satisfação momentânea, colocando a fé em Deus sob suspeita. A vida tornou-se uma soma de fragmentos desconexos. Vivem-se momentos e situações fortes, sem um horizonte específico. Onde fica a fé? Para o homem atual, Jesus Cristo é apresentado de diversas formas. As opiniões variam entre um Deus que se fez homem, até um mito útil para pessoas frágeis ou um fetiche.

Nesse contexto de perguntas e conceitos amplos, me deparo com a vida simples, porém robusta, de Carlo Acutis. Jovem europeu, residindo em Milão, um gênio dos computadores, amigo de todos e  apaixonado pelas coisas do alto, ele rodeou-se do sagrado e se fez um. Seu amor por Jesus e sua Igreja nos remetem que a fé está á nosso alcance e é possível viver a santidade nos dias de hoje. O cristão tem que aprofundar seus valores e sentir que sua alma clama pelo Criador, nos somos as criaturas em quem o Pai confiou a criação, mas muitos de nós nos deixamos desviar pelo egoísmo do ter, prazer e poder… Carlo entra em minha vida como um novo marco que me chama e renova meu espírito aos braços de Deus (ABBA!!! Pai, papai, papaizinho…).

Meus amigos jovens sempre me complementam com uma frase que diz:…palavras emocionam, mas os exemplos arrastam… Assim, eu indigno, porém caminhante me coloco a caminho tomando o exemplo e a ajuda fiel de Carlo, e com sua graça quero levar junto muitos e muitos outros amigos na minha estrada rumo ao céu.

*Professor Universitário,Mestre em Filosofia.Profundo entusiasta do Servo de Deus,Carlo Acutis. É nosso colaborador.

 

Pier Giorgio e Carlo Acutis,dois jovens que se deixaram amar por Jesus.

 

Eduardo Henrique Da Silva*

Carlo Acutis,um modelo para nossos adolescentes.

Cada vez que fico a meditar sobre Pier Giorgio e Carlo Acutis sinto-me fascinado por Jesus.Vejo que os dois se deixaram contemplar pelo olhar de Jesus que passa no meio de nós,que nos chama pelo nome mas nem sempre temos coragem de responder e de olhar nos olhos do Senhor. Jesus que se faz presente no testemunho de seus santo.

 

Em meus encontros diários com jovens sinto neles a angústia em serem felizes, a desejarem vivenciar a experiência do amor em nossas vidas de encontros e desencontros

Que nos levam a ter chagas profundas. Chagas essas devido a desilusões e tristezas de projetos de vida sonhados e que perderam-se nas ilusões da vida.Amores não correspondidos, vejo a necessidade que cada um tem de querer ser amado porém muitos não fazem idéia do que seja o Amor.

Parece que tudo perdeu o sentido e que a vida se tornou um eterno Outono.

 

Pier Giorgio e Carlo Acutis nos dão a resposta de quem vivenciaram em suas curtas vidas, porém exemplos que nos falam alto hoje, souberam responder ao “vem e segue-me”, permitiram olhar nos olhos de Jesus e por Ele sentirem-se amados.

Essa fé madura e autentica foi alimentada cotidianamente na Eucaristia, ambos participaram ativamente do Grande Encontro com o Senhor Ressuscitado. Diante da Eucaristia deixaram–se envolver pelo olhar de Jesus que nos ama profundamente.

È preciso que saibamos nos colocarmos diante do Senhor em silêncio e permitir a Ele que encha o nosso coração de Amor.Como disse uma monja domenicana, Madre Carmem Dulce Marcondes Machado, que” o Amor é uma força soberana e que a partir do momento em que esse amor preenche o meu coração me leva a ir ao encontro do outro”.

 

Pier Giorgio e Carlo Acutis,dois apaixonados por Jesus vivenciaram esse Amor socorrendo aos pobres,cuidando dos doentes,levando a palavra que conforta e abrindo os braços para quem deles precisassem.

Muitas vezes nos colocamos diante de Jesus com nossas preocupações e angústias e não deixamos Jesus nos falar, não nos permitimos ser amados. È preciso diante de Jesus nos colocarmos como uma tela diante de um pintor para que Ele faça em nós o que ainda falta. É preciso ser simples como as crianças .

O segredo espiritual de Pier Giorgio e Carlo Acutis foi o de deixarem–se amar pelo Senhor. Amor renovado a cada dia pela Eucaristia.

 

Quando aprendermos a nos deixar amar por Ele teremos  a certeza de que as nuvens passam assim como nossas preocupações,angústias e medo.E será Primavera.Na redescoberta da alegria de viver poderemos ter sempre a certeza de que “ Cristo é a nossa Paz!”

* Meditações.

Inscreva-se na Associação “Amigos de Carlo Acutis”

Você conhece a “Associação Amigos de Carlo Acutis”?

A “Associação Amigos de Carlo Acutis” tem como objetivo fazer avançar a causa de beatificação desse adolescente italiano e dar a conhecer a sua espiritualidade.

A associação também conta com várias obras sociais, incluindo a construção de um orfanato em colaboração com o Bispo da Tanzânia e a “Associação Cristãos no Mundo”, voltada para as crianças vítimas da AIDS.

A “Associação Amigos de Carlo Acutis” é uma organização sem fins lucrativos e é financiada diretamente pelos seus sócios fundadores.

Algo importante: afiliação é gratuita.

Todos os membros, ou associados, receberão um boletim informativo gratuito. Para aqueles que desejarem, poderão receber, como presente, material promocional de Carlo, prospectos que regularmente são publicados sobre a figura de Carlo Acutis.

Será necessário especificar esse desejo no campo adequado para isso, indicando também o endereço completo (com CEP), para resposta, ou seja, para onde deverá ser remetido o material.

Para saber mais, acesse o link:

http://www.carloacutis.com/pages/modulo.asp

Pede-se a todos que se inscreverem que se unam em orações, pedindo a Jesus Eucarístico e a Nossa Senhora, a quem Carlo tanto amava, a breve beatificação, pelo Papa Bento XVI, desse jovem que tantos bons exemplos deu em vida e que, mesmo após sua morte, continua proporcionando alegrias e bênçãos a todos que o procuram.


Uma oração a Carlo Acutis

Carlo na esplanada da Basilica de Fátima.

ORAÇÃO

DEUS DE BONDADE QUE DEMONSTRAIS VOSSO AMOR E BONDADE EM TODA CRIAÇÃO E DE MODO ESPECIAL NA VIDA DE VOSSO SERVO CARLO ACUTIS,NÓS VOS AGRADECEMOS PELOS EXEMPLOS,DE BOM FILHO,DE JOVEM,DE VIDA E DE PACIÊNCIA FRENTE AO SOFRIMENTOS E OBSTÁCULOS DA VIDA QUE ELE NOS DEIXOU E VOS PEDIMOS HUMILDEMENTE  A GRAÇA DE IMITÁ-LOS E EM NOSSA VIDA.POR NOSSO SENHOR JESUS CRISTO VOSSO FILHO NA UNIDADE DO ESPÍRITO SANTO.

Amém.

Ir Maria de Lourdes Campos oic

Para uso privado.

O exemplo de espiritualidade do jovem Carlo Acutis.

Carlo Acutis:Eucaristia minha rodovia para o céu.

Alex de Souza Feijó*

Em uma sociedade cada vez mais dispersa sobre os valores de uma vida espiritual podemos observar que em curto tempo de vida esse jovem soube traçar valores permanentes de um crescimento que nos leva a pensar nos seus méritos de uma vida de santidade que sem duvida aponta o caminho para o céu.

No mundo cada vez mais secularizado onde os valores são relativizados têm como consequência pessoas muitas vezes frias e sem sentido para suas vidas, nesse jovem podemos encontrar um exemplo para nos espelhar. Principalmente porque soube diante das grandes contribuições da computação e da internet usa-los de forma equilibrada sem fazer uma separação entre a vida cristã e vida cotidiana.

Ao lermos os passos que deu em sua vida em torno de sua busca pessoal observamos que tem um pensamento profundamente cristológico ao colocar na pessoa de Jesus Cristo Nosso Senhor a sua segurança conjuntamente com sua devoção a Eucaristia celebrada na missa. Podemos fazer aqui uma junção importante que é a devoção a Virgem Maria com especial titulo de Nossa Senhora de Fátima e a reza do rosário que por tantas vezes é exortada o cultivo dessa devoção pela Tradição da Igreja como caminho certo de um crescimento espiritual rumo à perfeição que Jesus nos chama a todo dia observar.

Sem duvida nenhuma esse crescimento espiritual não pode faltar além daquilo que já foi dito até aqui, a busca da Palavra de Deus que por muitas acaba sendo deixada de lado, mas que tem todos os elementos necessários para encontrarmos a vontade de Deus em nossas vidas. Como próprio exemplo de Carlo ao olhar sobre a Palavra de Deus se senti a necessidade aproveitar sua boa condição de vida para ajudar o mais próximo seja financeiramente seja pelo seu conhecimento.

Sua vida de caridade é um exemplo para toda a Igreja de Deus porque mesmo sendo tão jovem viveu sua vida observando os mandamentos de Deus que é amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo, mesmo nesse mundo onde as pessoas cada vez mais só pensam em si mesmas desperdiçando uma importante oportunidade de ter uma  experiência em sua vida de encontrar o próprio Deus.

Enfim, poderia ainda escrever muitos outros aspectos importantes sobre Carlo Acutis, mas nesse pequeno texto temos os elementos essenciais para um trabalho real de crescimento espiritual, se esse jovem chegou lá todos nós também em nossa simplicidade de vida podemos alcançar a santidade, como o próprio João Paulo II dizia que o mundo precisa de santos. Com certeza, Carlo Acutis é um exemplo para todos nós que sinceramente desejamos  buscar a vontade de Deus que ele interceda por cada um de nós aqui neste mundo.

Carlo Acutis, rogai por nós.

*Seminarista da Teologia – Diocese de Mogi das Cruzes – SP

Carlo em Toledo na Espanha

Carlo Acutis – Um jovem não conformista-Aluno do Instituto LeãoXIII

Sonia Andreoli

O Instituto Leão XIII conta entre os seus alunos, o joven Carlo Acutis (1991-2006), de uma vida “extraordinária no ordinário” que deixou uma marca indelével em todos que o conheciam e para o qual se espera o processo de beatificação. A diocese de Milão já começou a recolher os testemunhos de pessoas que afirmam ter recebido por meio do Carlo, graças de variada índole (1). Os jesuitas que dirigem o Instituto Leão XIII, aperfeiçoaram seu já forte temperamento espiritual, constatando como o Espírito Santo realiza milagres de graça mesmo no atual contexto social, no qual tantos jovens estão expostos à desintegração e a falsas idolatrias. Nestas páginas oferecemos um resumo do perfil de Carlo Acutis, um convite para um conhecimento mais profundo (2), que já levou muitos a considerá-lo um providencial “amigo no Senhor”, para usar uma expressão favorita de São Inácio de Loyola.

Interesses gerais e forte procura espiritual

Numa sociedade onde tudo parece ir atrás do “prazer”, submetida a um hedonismo desenfreado, onde até mesmo em “mensagens escondidas” há símbolos de referência explícita ao “desejo” que nada têm a ver com o espírito, ir contra a corrente – especialmente para um adolescente – é rejeitar esta forma popular de vida, quer com o pensamento, quer através das suas ações.

Quando uma pessoa decide colocar Deus e os valores cristãos, no centro da sua vida é uma pessoa que tem atingido, pelo menos, a chamada “maturidade”, ela pode mais facilmente passar despercebida, mas o que diríamos se ao rezar o Rosário, motivar os seus companheiros a acreditarem em outros valores, e passar um tempo no computador não para bater-papo, mas para procurar tópicos de vida espiritual, cartões hagiográficos ou imagens sagradas, trata-se de um adolescente? E, acima de tudo, não um tipo de rapaz que pode ser tachado como um “fanático” ou que sofre de qualquer distúrbio mental que o levou a se isolar dos outros, mas sim um jovem cheio de vida, feliz, risonho, sempre pronto para dar auxílio ou simplesmente uma palavra de conforto?

Talvez nos neguemos a acreditar, pois estamos acostumados a ouvir um monte de crimes que a midia nos proporciona, ou o habitual “Boletim dos incidentes da noite de sábado”, que acabam com muitas vidas jovens, para não mencionar os jovens que se perdem por causa de uma overdose, porque tomaram o caminho trágico da dependência de drogas …

Mas há uma outra realidade, menos conhecida mas positiva, da qual, Carlo Acutis (1991-2006) tornou-se uma testemunha com sua curta mas intensa vida.

Ele era um rapaz cheio de interesses, em especial daqueles que tinham a ver com a informática, de fato, quem o conhecia, além de defini-lo como um verdadeiro “gênio” do computador (o site que ele criou é um testemunho claro), podia constatar que estava envolvido no serviço de  voluntariado, na edição de filmes, direção e edição de jornais escolares e grupos envolvidos em iniciativas socialmente úteis.

Mas tudo  – também isto se destaca entre os testemunhos de quem o conhecia –  integrado num contexto de vida espiritual forte e consciente. Isso o levou à participação na missa diária, a permanecer sempre que possível, em adoração diante da Eucaristia, o gosto da oração autêntica, dentro da qual, a recitação do Rosário teve um papel importante. Tudo isso tinha claramente indicado no seu website, que ainda está online, editado agora por aqueles que o conheceram e apreciaram (3). Muitas páginas foram deixadas como  Carlo tinha criado.

Entre estas páginas web, podemos citar uma que mostra seu talento especial e seu agradável gosto estético, uma verdadeira “amostra on-line” sobre os milagres eucarísticos no mundo.

Como exemplo de seu grande interesse na vida dos santos há uma página longa, que ele chamou “meus amigos do céu”, incluindo dezenas de “guias” dos santos, veneráveis, beatos e servos de Deus, que particularmente lhe tinham  interessado e que deixaram rastro em sua vida espiritual.

Assim, com base  nestes, os seus interesses tão “alternativos” em comparação com aqueles que crescem geralmente na adolescência, e graças ao “empurrão” de uma fé forte, tentava de todas as maneiras trazer almas a Deus, sugerindo aos que o conheciam para levarem uma vida verdadeiramente cristã, especialmente “se alimentando” do Corpo e o Sangue de Cristo, que nunca faltou nos seus dias. A frase-chave do seu site, escrito em letras grandes, diz, de um jeito mesmo original: A Eucaristia é a minha rodovia para o céu.

Acontecimentos significativos da sua vida

Carlo Acutis nasceu em Londres a 3 de maio de 1991, lugar onde, devido às exigências laborais, encontravam-se os seus pais, Andrea e Antônia. Alguns dias depois ele recebeu o batismo, no dia 18 de maio, na Igreja de Nossa Senhora das Dores, em Londres, e a sua mãe, profundamente católica, prepararou um bolo em forma de cordeirinho para agradecer ao Senhor pela entrada do Carlo na comunidade cristã. Nessa igreja havia uma estátua de Nossa Senhora de Fátima, da qual Carlo seria muito devoto, meditando freqüentemente sobre as mensagens dadas aos pastorinhos.

Sobre a importância fundamental do sacramento do Batismo, muitas vezes reduzido a uma celebração meramente social,  Carlo expressou-se assim: “O Batismo é importante porque permite que as almas sejam salvas graças ao retorno à vida divina.  As pessoas não percebem o que é esse dom infinito, e além do confete,almoços e vestido branco, não se preocupam absolutamente em entender o significado deste grande dom que Deus dá à humanidade. ”

A infância de Carlo se desenvolve sob o carinho e amorosos cuidados não só dos seus pais e parentes próximos mas também de algumas enfermeiras. O menino se mostra alegre, animado, mas ao mesmo tempo se mostra dócil, uma docilidade um pouco rara nesta idade: se algum companheiro o ofende, não reage instintivamente, citando como motivos: “O Senhor não seria feliz se eu reagir violentamente.”

Na idade de doze anos, ele ia à Missa todos os dias, mesmo durante a época de férias, tirando força da Eucaristia para viver uma vida santa é bem diferente da dos outros rapazes…

Prefere ir em peregrinação a Assis, em lugar de escolher outros locais de entretenimento, um comportamento muito curioso para aqueles ao redor dele, até o ponto que alguns dos seus parentes, chamaram-no de “a vítima dos seus pais”, pensando que estavam a lhe impor um “itinerário de férias”.

Mas a realidade era diferente, como confidenciou o próprio Carlo a seu pai espiritual antes de sair desta dimensão terrena, “Assis é o lugar onde me sinto mais feliz”, eis a razão pela qual tanto admirava São Francisco, especialmente sua grande humildade.

Depois da escola primária, ele foi matriculado no Liceu Clássico Leão XIII, dirigida pelos jesuítas, onde foi seguido pelo padre espiritual Roberto Gazzaniga s.j. Não era o primeiro da classe, mas conseguia resultados muito bons, sempre disposto a ajudar com alegria e generosidade os amigos e todos ao seu redor, especialmente na utilização do computador, estava convencido da importância do uso construtivo dos computadores e da Internet, conceito expresso pelo Papa João Paulo II e também reafirmado hoje pelo Papa Bento XVI. Muitas vezes colocou ao serviço os seus conhecimentos, realizando apresentações multimídia de iniciativas promovidas pelo Instituto.

Carlo demonstrou interesse especialmente por aqueles colegas menos apreciados, por aqueles que ele sentia eram excluídos. Assim o afirma um amigo seu: ” Carlo era um rapaz muito dado a fazer amizade com todos, e muitas vezes acompanhava-se com os rapazes que tinham alguns inconvenientes para socializar. Isso também aconteceu com alguns jovens da nossa turma.  Carlo se interessava por eles procurando acolhê-los e fazia com que se sentissem parte importante da classe.  Carlo ia à missa várias vezes por semana, de fato, ele tinha muita fé, acreditava no diálogo pessoal com o Senhor mesmo que fosse breve e rezava o Rosário todos os dias. Após a morte de Carlo voltei para Igreja e eu acho que poderia ser mérito da intercessão dele. ”

Estas são algumas máximas indicadas  por Carlo no site que ele criou, ele disse estas palavras: “eu decidi te ajudar, confiando-te alguns dos meus segredos muito especiais para alcançar rapidamente a meta da santidade:

1)     É necessário desejá-la com todo o coração, e se não a desejares ainda, tens de pedi-la com insistência ao Senhor.

2)     Tenta ir à Santa Missa todos os dias e receber a Santa Comunhão.

3)     Lembra-te de rezar o Rosário todos os dias.

4)     Lê um fragmento das Santas Escrituras todos os dias.

5)     Se podes fazer alguns momentos de adoração eucarística diante do sacrário, onde está realmente presente Jesus, verás como aumenta prodigiosamente o teu nível de santidade.

6)     Tenta confessar-te se possível, todas as semanas, mesmo pelos pecados veniais.

7)     Faz propósitos e oferendas florais freqüentes para o Senhor e Nossa Senhora e  de ajudar os outros.

8)     Pede continuamente ao teu Anjo da Guarda para te ajudar, ele deve se tornar o teu melhor amigo.

A religiosidade de Carlo não era “uma beatice” nem uma religiosidade superficial. Na verdade, a sua cultura na fé – considerando sua pouca idade – era muito ampla, a tal ponto que o seu professor de religião no colégio, quando não conseguia se lembrar exatamente de algumas citações do Evangelho,   virava-se para o Carlo em busca de ajuda… e não ficava decepcionado das suas respostas!

O seu comportamento na igreja também era irreprensível, típico de uma pessoa que não freqüenta só por costume, comportava-se com o devido respeito e recorda-se como em várias ocasiões repreendeu aquelas pessoas que não se comportavam adequadamente no recinto sagrado.

A sua confiança em Deus era total e manifestava-se na sua alegria de viver, que se transparentava no seu sorriso radiante e no seu jeito calmo de lidar com os pequenos problemas diários. Apesar de pertencer a uma família rica, nunca presumia do seu status com roupas de marca ou outros objetos que pudessem atrair a atenção: preferia que a “atenção” das pessoas se dirigisse para outra coisa, a amar e agradecer ao Senhor …

Ao incluir no seu site muitas figuras de santos destacou o fato de que não eram criaturas “extraordinárias ” quase por natureza ou predestinação, mas pessoas como nós, para seguirmos  o seu exemplo, vivendo de acordo com os ensinamentos do Evangelho.

O desejo de Carlo de conhecer e dar a conhecer as hagiografias (o santoral), a vida dos beatos e servos de Deus, levou-o também a “pegar” do nosso site algumas imagens e artigos, especificamente as páginas dedicadas à Venerável Maria Teresa González-Quevedo (texto e fotografias) e duas imagens da Serva de Deus Santa Scorese. Tratando-se do “sujeito ” em questão o “perdoamos ” de bom grado, e, na verdade, ficamos satisfeitos com a esperança de que, do alto, reze pelo bom sucesso do nosso trabalho apostólico.

O amor pelo Senhor também se juntou ao amor ao próximo, amor muito grande:  Carlo, de fato, nunca negava o seu apoio quer a pessoas “de alta classe” quer àqueles que se encontravam na indigência. A caridade, tomada em seu sentido original de amor, era abundante na vida de Carlo, uma  caridade silenciosa, oculta, tal como Jesus aconselhou-nos no Evangelho: “Que não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua mão direita, de modo que a tua esmola permaneça escondida: e teu Pai que vê em secreto, recompensar-te-á “(Mateus 6:1-6). Um traço que é comum a muitos santos, como aquele ao qual é dedicada a nossa revista, São José Moscati. De fato, por exemplo, uma testemunha relatou que havia observado o Professor Moscati a deixar generosas oferendas nos cofres do Santuário de Nossa Senhora de Pompéia, quando a igreja estava fechada, pensando que estava sozinho.

Além disso, o centro da existência de Carlo Acutis foi a Eucaristia, como foi na vida de São José Moscati, e os frutos resultantes deste amor têm sido os mesmos, apesar de serem apanhados em lugares, modos e tempos diferentes.

Um exemplo de como  Carlo pensava no bem-estar daqueles que tinham muito menos do que ele, sua avó materna, Luana, refere o caso de um mendigo que o rapaz tinha visto a dormir no chão, num jardim público de Assis: ” Carlo lembrava-me todas as noites de preparar a refeição para a levar ao pobre homem e sempre deixava perto dele um euro que tirava do seu bolso, assim, quando o mendigo acordava encontrava o euro perto dele”. Exemplo daquele amor que não espera nada em troca, daquela alegria que há no dar e não no receber …

O testemunho que nos foi dado por Carlo, leva-nos a refletir sobre como a riqueza não é um mal em si, mas sim o valor que muitas vezes lhe é dado, o egoísmo, que muitas vezes se deriva dela. O desejo de “abranger tudo para si”, sem partilhar com o próximo: Este é o verdadeiro mal.

Ninguém poderia imaginar que o Senhor em breve iria chamar para o céu este rapaz cheio de virtude e que gozava de boa saúde: a doença que o afetou, uma leucemia de tipo M3 (que é aguda), foi inicialmente confundida com uma papeira simples, mas o mal escondido agravou-se rapidamente, apesar dos muitos tratamentos, até a partida de Carlo. Tudo no espaço de um mês: o Senhor chamou-o para o céu, às 6:45, em 12 de outubro de 2006. Ele tinha apenas 15 anos.

Durante o curso da sua doença, os pais ouviram-no dizer: “Eu ofereço ao Senhor  todos os sofrimentos que devo sofrer, pelo Papa e a Igreja, para não ir ao Purgatório e ir direto para o Paraíso”.  Eis em poucas palavras a mensagem de um rapaz tão “diferente” dos outros que, mesmo no sofrimento, nunca deixou de confiar no Senhor e oferecer tudo para poder gozar do Paraíso, e pelo bem dos outros.

A morte não é o fim de nada, mas um verdadeiro começo, e foi naquele dia 12 de Outubro de 2006 que a verdadeira vida do Carlo começou …

  1. Para favores recebidos, pedidos de intercessão, ou para solicitar folhetos, imagens e material sobre Carlo Acutis, que é enviado gratuitamente, favor contatar:
    Dott.ssa Francesca Consolini – Ufficio delle Cause dei Santi – Diocesi di Milano – Piazza Duomo 16, 20122 Milano.

Notas

  1. Nicola Gori, Eucaristia: la mia autostrada per il Cielo. Biografia di Carlo Acutis, Edizioni San Paolo, 2007.
  2. O endereço do site é: www.carloacutis.com

Tradução para o portugues do site:

http://www.gesuiti.it/moscati/Ital5/SA_Carlo_Acutis.html

Dr Alejandro Carvajal –San José –Costa Rica.

Carlo Acutis , uma reflexão feita por um Abade Beneditino

Carlo Acutis,Eucaristia minha rodovia para o Céu.

Um adolescente do nosso tempo, como qualquer um, comprometido com a escola, com os amigos, grande especialista (apesar da sua idade) em computação. Nesse ambiente deu-se o seu encontro com Jesus – Cristo.

Carlo Acutis se torna uma testemunha do Ressuscitado, recomenda-se à Virgem Maria, vive a vida de graça e divide sua maravilhosa experiência com Deus aos seus companheiros.

Alimenta-se todos os dias com a Eucaristia, participa fervorosamente da Santa Missa, passa horas inteiras perante o Santíssimo Sacramento. A sua experiência e maturidade cristã demonstram quão verdadeiras são as indicações do Santo Padre Bento XVI na Exortação Apostólica Sacramentum Caritatis: O sacrifício da Santa Missa e a adoração eucarística confirmam, sustentam e acrescentam o amor por Jesus e a disponibilidade para o serviço eclesial.

Carlo tem também uma tenra devoção pela Virgem, reza fielmente o Rosário e sentindo-a como uma mãe amorosa, dedica-lhe os seus sacrifícios como um ramalhete de flores.

Este jovem sociologicamente igual aos seus colegas da escola, é uma autêntica testemunha de que o Evangelho também pode ser vivido plenamente por um adolescente.

A sua curta existência, dedicada a alcançar a meta do encontro com Cristo, foi como uma luz posta não somente sobre a vereda de todos os que se cruzaram no seu caminho, mas também daqueles que logo conheceriam a sua história. Olhando para este adolescente como seu colega, o qual se deixou seduzir pela amizade de Cristo, e justamente por isso, experimentou uma alegria mais verdadeira, os nossos rapazes entrarão em contato com uma experiência de vida que não tirou nada à riqueza dos frescos anos da puberdade, senão que lhes deu mais valor ainda.

O testemunho evangélico do nosso Carlo não é um estímulo somente para os adolescentes de hoje, mas provoca nos párocos, sacerdotes e educadores a questionabilidade sobre a validade da formação que eles dão aos jovens das nossas comunidades  e como conseguirem que esta formação seja concisa e eficaz.

S. E. Michelangelo M. Tiribilli,

Abade geral dos Beneditinos de Monte Oliveto

Colaboração de Alejandro Carvajal – Costa Rica.

CARLO ACUTIS, seu amor a Jesus e sua vida evangélica

Carlo Acutis,Eucaristia seu caminho para o Céu.

Don MARIO GULLO (1)

Está escrito: “Deus  é amor e quem permanece no amor, permanece em Deus e Deus nele.” (1 João, 4, 16). Podemos ler essa parábola de amor no olhar do jovem CARLO ACUTIS, que cumpriu a sua peregrinação terrestre em apenas 15 anos.

O Concílio Vaticano II nos diz que a santidade é possibilidade e que todos somos chamados a ela (cf. Lumen Gentium, nn 39-42), e isso foi o que também aconteceu na breve existência desse filho de Deus. Uma santidade ordinária; não uma santidade no sentido banal, mas ligada às condições comuns, quotidianas da vida; não uma santidade heróica, mas uma santidade que soube atingir o ponto mais alto: o dom da vida.

Radicalidade é a base deste modelo de santidade, “pequena” pela idade, mas não para a estatura e espessura, onde todo o empenho de fazer uma leitura com naturalidade da vida a partir do mistério de Deus.

CARLO ACUTIS nasceu em Londres, aos 03 de maio de 1991, filho de Andrea e Antonia. De fato, desde pequeno o seu coração demonstrou alegria, determinação e humildade em sua caminhada rumo à “santa viagem”, vivendo na normalidade as suas atividades diárias, como a escola, os amigos, o amor pelo Criador e, sobretudo, a fé na extraordinariedade do Evangelho. Cresceu em uma família profundamente cristã; escolheu livremente dizer o “sim” com a própria vida, ao mistério que o envolvia; assim, a fé crescia com ele.

Após receber o sacramento da Primeira Comunhão, CARLO nunca faltou ao compromisso quotidiano com Cristo, presente na Eucaristia e adorado no sacrário; afirmava com entusiasmo a todos os jovens que Jesus era o seu “grande amor”.

Esta profunda intimidade com o sacrifício vivo do Corpo e Sangue de Cristo lhe fazia repetir frequentemente: “a Eucaristia é o meu caminho para o céu!”, compreendendo claramente que “o banquete eucarístico é para nós real antecipação do banquete final, pré anunciado pelos profetas (cf Is. 25, 6-9) e descrito no Novo Testamento como as ‘núpcias do Cordeiro’ (Ap. 19, 7-9) a celebrar-se na alegria da comunhão dos santos” (Bento XVI, Sacramentum Caritatis, n° 31).

Da Eucaristia celebrada no passado àquela vivida no compromisso concreto, não somente em favor daqueles que estavam próximos, mas também dos últimos, de quem vivia na dificuldade, como os excluídos da sociedade, os pobres, os incapazes, e tudo feito de uma maneira espontânea, simples, e ao mesmo tempo nobre, no coração que desarma toda possível acusação de .

Pode-se dizer que no campo da informática não havia segredos para ele, talento verdadeiramente inato, porque, apesar da sua pouca idade, foi capaz de competir com especialistas do campo, para o espanto de todos; porém, a coisa mais bela, é que não tinha somente para si esta inclinação particular, pois ficava feliz ao utilizá-la como voluntário na ajuda ao próximo.

Um verdadeiro discípulo de Jesus, que, com a inteligência e o coração, soube revolucionar a sua vida e a vida de quem o rodeava, não perdendo jamais as ocasiões para falar de Cristo, amá-Lo, partilhar a Palavra e citar o Magistério da Igreja que conhecia, apesar da sua “pequenez”, para ganhar almas para Cristo: “embora sendo livre de todos, me fiz servo de todos para ganhar o maior número. Fiz-me fraco com os fracos para ganhar os fracos, me fiz tudo para todos, para salvar a qualquer custo cada um. Tudo eu faço pelo Evangelho, para tornar-me um participante com eles” (cf.1 Cor. 9, 19-23). “O teu dia, meu Deus, virá diante de Ti… e com meu sonho mais louco: ter o mundo entre meus braços” (J. Leclercq), e tudo isso também a custo de rejeição ou escárnio por causa da sua fé viva.

CARLO era impulsionado por um único e constante desejo, o de conquistar quanto mais almas possíveis, não recorrendo a recursos mesquinhos, mas, com o testemunho constante e quotidiano da sua fé, vivida sem ostentação, simplesmente com coerência e desarmamento.

Por isso que muitos daqueles que tiveram a oportunidade de conhecê-lo pediram o batismo na Igreja Católica. Havia nele a viva convicção que “todos nascem como originais, mas muitos morrem como cópias”.

Isso o levou a viver com originalidade os seus dias, não desperdiçando, nunca, a cada instante, os dons de Deus, porque a graça eleva a natureza, não a destrói; logo, tudo o que era natural em CARLO, era posto a serviço e por isso a graça o elevou: é tudo luz!

A clareza da fé em CARLO o levou a afirmar: “um balão, para subir bem alto, necessita despojar-se de tudo aquilo que pesa; pois assim faz a alma, para elevar-se ao céu, necessitando tirar pequenos pesos que são os pecados veniais. Se por acaso existe um pecado mortal, a alma cai sobre a terra e a confissão será como fogo,   o mesmo fogo que faz retornar ao céu o balão. É preciso confessar-se frequentemente porque a alma é muito complexa.

Faz-se necessário indicar outro aspecto fundamental do itinerário terreno e espiritual de CARLO ACUTIS: O seu amor pela Virgem Maria que ele mesmo definia como “a única mulher da minha vida”. Um amor genuíno, vivo, concreto na fidelidade quotidiana ao recitar o santo Rosário, definido por ele como o “compromisso mais cerimonioso da jornada”, na sua devoção aos primeiros sábados do mês.

A Ela consagrou várias vezes toda a sua vida, principalmentenas visitas que fez aos Santuários de Lourdes e de Fátima.

A história da “visão do inferno”, como descreveu irmã Lúcia de Fátima, o perturbou sobremaneira; por causa disso, CARLO decidiu trabalhar pela salvação das almas. Contribuiu também, para tal efeito, a leitura do “Tratado do Purgatório”,  de Santa Catarina Fieschi, de Gênova (1447-1510), onde são descritas as penas das almas do Purgatório, em sufrágio das quais oferecia orações, penitências e comunhões.

Para aqueles que não possuíssem o dom da fé e, através dela, a certeza da verdade que emana de Deus, CARLO se esforçava para que muitos pudessem levantar os olhos e ver a fé como um farol de luz que conduz à salvação.

Cada momento da sua vida, na família, na escola, nas relações com os outros, se tornava ocasião de testemunho natural da sua fé.

Preocupava-se muito com sua pureza e por isso confiava-se à Virgem Maria e às orações das monjas enclausuradas que frequenta.

Nos debates aos quais comparecia, CARLO era um defensor apaixonado da sacralidade da família contra o divórcio, bem como da vida contra o aborto e a eutanásia.

O testemunho evangélico de CARLO não é somente estímulo para os adolescentes de hoje, mas faz também com que pastores, sacerdotes e educadores se interroguem sobre a validade da formação que é oferecida aos jovens de nossas comunidades paroquiais, assim como torná-la mais incisiva e eficaz” (Don Michelangelo M. Tiribilli, OSB).

Aos jovens, CARLO se apresentava em sua totalidade: um adolescente do nosso tempo; testemunha que entregar-se a Cristo é viver uma vida “maior”, uma vida que não fecha as portas da liberdade e da alegria, porque “Ele não nos tira nada, mas doa tudo. Quem se doa à Ele, recebe o cêntuplo”(Bento XVI).

O perfil de CARLO era semelhante ao de Maria Magdalena. A sua juventude era “óleo perfumado de nardo puro, preciosíssimo”, que queria espalhar sobre os pés de Jesus (cf. Jo 12, 3); os seus dias, embora breves, foram como uma sequência até o calvário (cf. Jo 19, 25), sem descontos ou meias medidas.

No início de outubro de 2006, foi atingido por uma gravíssima leucemia, incurável. Também neste momento o amor vence o medo e, no hospital, disse: “ofereço todo o sofrimento, de que deverei padecer, ao Senhor, pelo Papa e pela Igreja, para não passar pelo purgatório e ir direto ao Paraíso”.

Recebe a Unção dos Enfermos e a “medicina” da Eucaristia, a sua “rodovia para o céu”. O médico pessoal fica maravilhado e edificado com seu modo de viver e suportar as dores atrozes: sorri a todos e mantém a sua gentileza, unida à uma grande paciência.

Quando o doutor que o acompanhava perguntou se sofria muito, CARLO respondeu com coragem: “existem pessoas que sofrem muito mais do que eu!”

O teólogo Karl Rahner afirma que: “para cada um, o tempo de vida que lhe é concedid, é o breve instante no qual se torna aquilo que deve ser”. Aqui se encontra todo o mistério deste jovem fiel, da Igreja Diocesana de Milão, que se reflete nos seus olhos carregados de sabedoria e de luz, quase antecipação dos eleitos na Jerusalém Celeste, Páscoa sem fim.

Às 6:45 horas de 12 de outubro de 2006, CARLO ACUTIS retorna à Casa do Pai “para sempre”, na ponta dos pés, sem rumor algum, como a lógica evangélica da semente, para cantar na eternidade o canto dos pequenos benditos de Deus e fazer de si o “hortus conclusus”[2], o Jardim do Éden onde o Senhor possa livremente “passear sobre a brisa do dia” (cf. Gen. 3, 8), o seu dia.

Don MARIO GULLO

Vicario Parrocchiale

parrocchia@gesulavoratoregiarre.it


[2] Artists working about 1400 popularized in a variety of ways the theme of the so-called hortus conclusus, or enclosed garden, in which the Virgin, surrounded by angels and saints, appears in a flower garden enclosed by a wall. Medieval hymns would often evoke the same celestial vision, but in painting it only appeared when the everyday milieu of people and the countless marvels of nature had been admitted to the sphere of devotional art. In these usually small, enchanting paintings the joys of earthly life are blended with a profound, manifold symbolic content. The orchard of the Master of the Upper Rhineland is the idyllic milieu of a cheerful aristocratic company, but, at the same time, it also conjures up the Paradise of Heaven. All its motifs are depicted in a virtually tactile way and yet they are symbols glorifying the Creation, Mary the Queen of Heaven and the Mother of the Saviour, as well as praising the various virtues. St Michael, who appears meditating in melancholy manner and looking at the spectator from the bottom right side of the picture, may exactly express the spiritual attitude in which a believer of the period approached the painting.

http://www.wga.hu/tours/gothic/devotion.html

Carlo Acutis,um modelo para nossos jovens

Carlo Acutis,Eucaristia sua rodovia para o Céu.

Em 12  outubro de 2006, Carlo Acutis tinha 15 anos de idade e sua vida se apagou por uma agressiva leucemia. O adolescente,   oriundo de Milão, comoveu familiares e amigos ao oferecer todos os sofrimentos de sua enfermidade pela Igreja e pelo Papa.

“Eucaristia: Meu caminho para o céu. Biografia de Carlo Acutis” é o título do livro escrito por Nicola Gori, um dos articulistas de L’Osservatore Romano, e publicado pelas Paulinas na Itália. Carlo tinha uma verdadeira devoção a Eucaristia chegando a elaborar o site: www.miracolieucaristici.org

Carlo “era um adolescente de nosso tempo, como muitos outros. Esforçava-se na escola, entre os amigos, era um grande apaixonado por computadores. Ao mesmo tempo era um grande amigo de Jesus Cristo, participava da Eucaristia diariamente e se confiava à Virgem Maria, era devoto do beato Pier Giorgio Frassati – www.piergiorgio.com.br –  Depois de sua Primeira Comunhão, nunca faltou à celebração cotidiana da Santa Missa e da reza do Terço, seguidos de um momento de Adoração Eucarística”.

“Com esta intensa vida espiritual, Carlo viveu plena e generosamente seus quinze anos, deixando em quem o conheceu um profundo sinal. Era um adolescente especialista em computadores, lia textos de Engenharia de Informática e deixava a todos estupefatos, mas este dom o colocava a serviço do voluntariado e o utilizava para ajudar seus amigos”.

“Sua grande generosidade o fazia interessar-se por todos: os estrangeiros, os portadores de necessidades especiais, as crianças e os mendigos. Estar próximo a Carlo era esta perto de uma fonte de água fresca”.

Recorda-se claramente que “pouco antes de morrer Carlo ofereceu seus sofrimentos pelo Papa e pela Igreja. Certamente o heroísmo com a qual confrontou sua enfermidade e sua morte convenceram a muitos que verdadeiramente era alguém especial. Quando o doutor que o acompanhava perguntava se sofria muito, Carlo respondeu: ‘Há gente que sofre muito mais que eu!”.

“Fama de santidade”

Dra Francesca Consolini, postuladora para a causa dos Santos da Arquidiocese de Milão, acredita que no caso de Carlo há elementos que poderiam levar a abertura de um processo de beatificação, quando se fizerem cinco anos de sua morte, como o pede a Igreja.

“Sua fé, singular em uma pessoa tão jovem, madura e segura, levava-o a ser sempre sincero consigo mesmo e com os outros. Manifestou uma extraordinária atenção para o próximo: era sensível aos problemas e as situações de seus amigos, os companheiros, as pessoas que viviam perto a ele e quem o encontrava dia a dia”, explicou Consolini.

Carlo Acutis “tinha entendido o verdadeiro valor da vida como dom de Deus, como esforço, como resposta a dar ao Senhor Jesus dia a dia na simplicidade. Queria destacar que era um moço normal, alegre, sereno, sincero, que amava a vida, que gostava da amizade”.

Carlo “tinha compreendido o valor do encontro cotidiano com Jesus na Eucaristia, e era muito amado e procurado por seus companheiros e amigos por sua simpatia e vivacidade”.

“Depois de sua morte muitos sentiram a necessidade de escrever uma própria lembrança dele e outros comentaram que vão pedir sua intercessão em suas orações: isto fez com que sua figura seja vista com particular interesse” e em torno de sua lembrança está se desenvolvendo o que se chama “fama de santidade”. Em 2011 será o quinto aniversário de sua entrada no Paraíso é o momento em que a Igreja  de Milão estará abrindo o processo de beatificação.

Para Eduardo Henrique, Assistente Social da Faculdade Santa Marcelina, “Carlo Acutis é um  verdadeiro santo! Um modelo para todos nós. Um adolescente que nos deixou um valioso legado; o amor pela vida, a alegria de viver e a coragem de ser fiel a Deus em todos? os momentos”.

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